© Laetitia
Bezain Enfermeira voluntária examina bebê infectada com
sarampo em um centro de saúde em Larintsena,
Madagascar – 21/03/2019
|
Mais de 1.200
pessoas morreram em Madagascar vítimas de um surto de sarampo.
Ao menos 115.000 casos já foram registrados desde setembro do ano passado, em
uma das maiores epidemias de uma doença viral que pode ser evitada com vacina
dos últimos tempos.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das vítimas tem menos de 15 anos.
Em Madagascar,
apenas 58% da população é vacinada contra sarampo. De acordo com a OMS, porém,
para que a prevenção da doença seja eficaz e haja alta cobertura de imunização,
95% da população deve ter tomado a vacina.
“Infelizmente,
a epidemia continua a se expandir “, embora em um ritmo mais lento do que há um
mês, disse o Dr. Dossou Vincent Sodjinou, um epidemiologista da OMS em
Madagascar.
Algumas
famílias no país resistem em vacinar suas crianças por influência da religião
ou de discursos ideológicos de profissionais da saúde. Segundo Sodjinou,
contudo, casos com esses são isolados. Na maior parte da África, a falta de
vacinação está ligada à falta de acesso à saúde.
Aumento mundial
O sarampo é uma
das doenças mais contagiosas do mundo e para a qual não há tratamento curativo,
mas pode ser prevenida com duas doses de uma vacina “segura e eficaz”, segundo
a OMS.
Segundo a
organização, contudo, os casos da doença no mundo quadruplicaram nos primeiros
três meses de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. Na África, o
aumento foi de 700%.
“Até o momento,
em 2019, 170 países relataram 112.163 casos de sarampo à OMS e, no ano passado,
na mesma data, 28.124 casos de sarampo haviam sido registrados em 163 países,
representando um aumento de quase 300% em escala global”, disse a agência da
ONU em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, 15.
A África é a
região mais afetada por este aumento, com uma elevação de 700% nos primeiros
três meses do ano (em comparação anual), seguida pela Europa (+300%), o
Mediterrâneo Oriental (+100%), as Américas (+60%) e a região do Sudeste
Asiático/Pacífico Ocidental (+40%).
O sarampo está
reaparecendo em todo o mundo por causa da desconfiança em relação as vacinas
nos países ricos, enquanto nos países pobres o aumento se deve à falta de
acesso à saúde.
Segundo a OMS,
além de Madagascar, surtos de sarampo estão aparecendo na República Democrática
do Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Mianmar, Filipinas,
Sudão, Tailândia e Ucrânia, “causando muitas mortes, principalmente entre as
crianças muito novas”.
A doença se
manifesta por febre alta e, em seguida, erupção de placas. É contagiosa quatro
dias antes e depois desta erupção.
Muitas vezes
benigna pode, no entanto, causar complicações graves, respiratórias (infecções
pulmonares) e neurológicas (encefalite), especialmente em pessoas frágeis.
(Com AFP)
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