O ensaísta
francês Alain Soral, em 12 de março de 2015
Foto: LOIC
VENANCE/AFP
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Alain Soral
já havia sido obrigado a pagar multas, mas dessa vez foi sentenciado a um ano
de prisão.
O ensaísta
francês de extrema direita Alain Soral foi condenado nesta segunda-feira (15)
pelo Tribunal Penal de Paris a um ano de prisão por contestar a existência do
Holocausto.
Soral, cujo
nome verdadeiro é Alain Bonnet, 60, foi condenado por negação do Holocausto e
por publicar em seu site textos de seu advogado sobre outro caso.
Ele não estava
presente na leitura da deliberação no Tribunal de Paris.
Seu advogado,
Damien Viguier, foi condenado a pagar uma multa de € 5.000 (R$ 22 mil, na
cotação atual) por cumplicidade, devido ao conteúdo dessas conclusões.
O tribunal foi
além da acusação da promotoria por Soral, que já foi condenado várias vezes,
principalmente por provocar ódio racial.
Na audiência,
em 5 de março, a acusação havia pedido seis meses de prisão em regime fechado
contra ele e € 15.000 (R$ 65,85 mil) de multa contra seu advogado.
Ambos terão de
pagar um euro simbólico de danos a quatro associações civis antirracistas, além
de € 1.500 (R$ 6,6 mil) em custos legais para cada uma delas.
Condenação
anterior
Em 2016, o site
de Alain Soral, Igualdade e Reconciliação, publicou um desenho representando
uma primeira página de jornal intitulada "Chutzpah Hebdo", com a cara
de Charlie Chaplin diante da estrela de David em que ele pergunta: “Holocausto,
cadê você?”, em referência a uma controversa capa do semanário satírico francês
"Charlie Hebdo", após os ataques em Bruxelas, "Papai, cadê
você?".
Por esta
publicação julgada negacionista, Soral foi definitivamente condenado a €10.000
(R$ 43,9 mil, na cotação atual) de multa no dia 26 de março, com a
possibilidade de prisão em caso de falta de pagamento.
Em novembro de
2017, Soral publicou nesse mesmo site as conclusões de seu advogado Damien
Viguier nesse caso. No texto, Viguier fala sobre um sapato e uma peruca
representados no desenho condenado.
"Sapatos e
cabelos referem-se aos lugares de memória organizados como locais de
peregrinação. Há pilhas desses objetos, para atingir a imaginação",
escreveu o advogado. "O corte de cabelo é praticado em todos os lugares de
concentração e é explicado pela higiene", escreveu ele novamente, citando
em seguida o negador do Holocausto Robert Faurisson.
No que diz
respeito a dois outros detalhes do desenho, "sabão e abajur", o
advogado alegou que os sabonetes feitos de gordura humana pelos nazistas ou os
abajures em pele humana eram apenas "propaganda de guerra".
A Liga
Internacional Contra o Racismo e o Antissemitismo e a União de Estudantes
Judeus na França haviam relatado essas observações ao promotor.
Por RFI
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