Cesare
Battisti é escoltado nesta segunda-feira (14), após descer de
avião que o
trouxe da Bolívia até Roma, na Itália
Foto:
Alberto Pizzoli / AFP
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O avião com o
italiano Cesare
Battisti chegou ao aeroporto de Ciampino, em Roma, nesta
segunda-feira (14) às 8h40 pelo horário de Brasília. Ele desceu do avião
escoltado por policiais e sem algemas. Battisti foi entregue pela polícia
boliviana às autoridades da Itália na cidade
de Santa Cruz de La Sierra, onde foi preso no sábado (12).
Battisti será
levado para
um presídio na periferia de Roma. No trajeto, patrulhas fecharão os
acessos para que o comboio chegue rapidamente ao local, segundo o jornal
“Corriere della Sera”. O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, foi ao
aeroporto para receber Battisti, a quem ele chama de “assassino comunista”.
O italiano, que
integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi condenado à prisão
perpétua por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 contra um guarda
carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de
Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).
Ele afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição política.
Foram 37 anos
de fuga permanente, com períodos de prisão e lutas político-judiciais para
evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu país na década de 1980,
viveu na França, no Brasil e, mais recentemente, havia se escondido na Bolívia.
Cesare
Battisti chegou a Roma, na Itália, na manhã desta
segunda-feira (14) — Foto: Alberto Pizzoli /
AFP
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O italiano
chegou a conseguir refúgio no Brasil em 2009. Mas o status, concedido a ele
pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi revisto em dezembro do ano
passado, por Michel Temer, que autorizou sua extradição. A Polícia Federal fez
mais de 30 operações para localizá-lo, mas não teve sucesso.
Como a entrada
de Battisti na Bolívia foi ilegal, a expulsão dele foi requerida pela Itália e
acatada pelo governo boliviano. O plano
inicial incluía a volta de Battisti ao Brasil em um avião da Polícia
Federal, para depois ser extraditado para a Itália.
Possíveis
benefícios
Battisti foi
condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro
assassinatos na Itália na década de 70.
Como os crimes
foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na legislação italiana,
ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos períodos se
apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de pena, de acordo
com o jornal Bom Dia Brasil.
Como ele foi
julgado à revelia (sem a presença do réu), a defesa também pode tentar um novo julgamento.
Entenda o
caso
Tanto os
governos de esquerda quanto os de direita queriam que Battisti voltasse à
Itália para cumprir a sua pena, e o assunto está ocupando grande parte dos
jornais italianos.
Battisti chegou
ao Brasil em 2004. Ele foi preso
no Rio de Janeiro em março de 2007 por uma ação conjunta entre a
Polícia Federal brasileira e agentes italianos e franceses. Dois anos depois, o
então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu
refúgio.
Em 2007, a
Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF
julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da
República. Na época, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva negou a extradição.
Cesare
Battisti desce de avião ao chegar a Roma, na Itália nesta
segunda-feira (14) — Foto: Reprodução/
Facebook Matteo Salvini
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Em setembro de
2017, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que
o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti.
No fim do ano
passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu
ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na
extradição.
Um mês depois
do pedido da PGR, o ministro Luiz Fux mandou
prender o italiano e abriu caminho para a extradição, no início de
dezembro.
Na decisão, o
ministro autorizou a prisão, mas disse que caberia ao presidente extraditar ou
não o italiano porque as decisões políticas não competem ao Judiciário. No dia
seguinte, o então presidente Michel Temer autorizou
a extradição de Battisti.
Desde então, a
PF deflagrou uma série de operações para prender o italiano. No final de
dezembro, a PF já havia feito mais de 30 ações.
Battisti nega
envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política. Em
entrevista em 2014 ao programa Diálogos, de Mario Sergio Conti, na GloboNews,
ele afirmou
que nunca matou ninguém.
Por G1
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