Descoberta de lista telefônica ajuda vítimas do nazismo a reaverem bens | Rio das Ostras Jornal

Descoberta de lista telefônica ajuda vítimas do nazismo a reaverem bens

Judeus perderam bens no Holocausto
Reprodução/Wikimedia Commons

Objeto inédito, de 1939, surgiu recentemente e possibilitou criação de banco de dados que comprova endereço de requerentes de indenização
A descoberta de uma lista telefônica inédita tornou possível a restituição de milhões em bens de famílias judaicas vítimas do nazismo na Polônia. A lista é de 1939, ano em que as tropas nazistas invadiram o país, dando início à Segunda Guerra Mundial.
O surgimento da lista, que se encontra nos cofres da Biblioteca Militar Central, foi divulgado em texto da JTA (Jewish Telegraphic Agency), assinado por Cnaan Liphshiz. A lista foi comprada por US$ 3 mil (R$ 12 mil) em um leilão de um colecionador de livros.
Com a informação sobre o local da residência e o telefone de moradores de Varsóvia, a WJRO (Organização Mundial Judaica de Restituição) montou o banco de dados em dezembro de 2016, detalhando inclusive os bens das famílias, devido à possibilidade da identificação, tanto do sobrenome quanto do endereço.
Isso ocorreu porque a biblioteca digitalizou a lista. As informações foram publicadas online e, com isso, um software foi desenvolvido para criar o banco de dados dos proprietários, combinando os nomes com 2.613 endereços de requerentes que já haviam pedido indenização à prefeitura de Varsóvia.
Independentemente da lista, até agora, a prefeitura de Varsóvia tinha reaberto apenas 300 deste pedidos. Nenhum recebeu indenização.
Famílias encontram endereços de imóveis destruídos na guerra
O surgimento da lista, porém, comprova a argumentação de cerca de metade dos proprietários dos 2.613 ativos que estão à espera de restituição ou indenização, segundo o genealogista Logan Kleinwaks de Washington, D.C..
Isso permitiu, por exemplo, que Yoram Sztykgold encontrasse o registro inédito de 1939 que o ajudou a localizar os bens de sua família.
Sztykgold é um arquiteto aposentado de 82 anos que emigrou para Israel depois de sobreviver ao Holocausto na Polônia. Ele morou na rua Grzybowska, onde passou os primeiros anos.
Mas ao retornar ao local, no início deste mês, viu um parque tranquilo em lugar de sua antiga casa. O prédio de seus pais foi completamente bombardeado durante a guerra, assim como toda a rua.
Toda a mudança na arquitetura da cidade atrapalha na busca da restituição de propriedades e bens. A lista ajudou a mapear esses locais. Até então, por exemplo, Sztykgold não conseguia provas para seguir no processo de restituição.
Polônia não tem lei de restituição
A situação é mais complicada na Polônia, conforme afirma a WJRO.
Segundo a entidade, o país, onde viviam cerca de 3,3 milhões de judeus antes do Holocausto, é o único com grande população na Europa que não aprovou a legislação nacional para a restituição de propriedades injustamente confiscadas pelos nazistas ou pelo regime comunista.
A prática é atender caso a caso, sob o argumento de que uma abertura da legislação, bem como a divulgação de listas de pessoas e endereços poderiam gerar fraudes. Mas tal postura tem sido criticada por entidades judaicas e de direitos humanos.
Eugenio Goussinsky, do R7

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