© Fornecido
por AFP Equipes de emergência trabalham nos
escombros da ponte que desabou em 15 de agosto
em Gênova
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O governo
italiano declarou guerra à empresa que administra a rodovia em que uma ponte
desabou na quarta-feira na cidade de Gênova, ao mesmo tempo em que o grupo tenta
se defender, mas vê suas ações em queda na Bolsa.
As equipes de
emergência, com a ajuda de gruas e escavadeiras, continuam retirando os
escombros do local da tragédia.
"Esta
noite não encontramos ninguém", afirmou Emanuele Gissi, um dos comandantes
do corpo de bombeiros da região.
"Continuamos
procurando cavidades que poderiam abrigar pessoas, vivas ou não",
completou.
O
primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou que o balanço provisório
foi revisado e caiu de 39 para 38, além de 16 pessoas feridas, nove delas em
estado grave.
A Itália
respeitará no sábado um dia de luto nacional, data dos funerais solenes em
Gênova.
Na quarta-feira
à noite, ao final de uma reunião extraordinária do ministério em Gênova,
Giuseppe Conte decretou estado de emergência na cidade por 12 meses e
estabeleceu um fundo de cinco milhões de euros, o que permitirá ajudar as mais
de 630 pessoas que viram suas casas, localizadas embaixo da ponte, condenadas
pelas autoridades.
Revogar a
concessão
O governo
também deseja revogar o contrato de concessão à empresa Autostrade no trecho em
que ficava a ponte. Vários ministros exigiram uma revisão de todas as
concessões do grupo.
"Não
podemos esperar a justiça penal. A Autostrade tinha o dever e a obrigação, o
compromisso, de garantir a manutenção deste viaduto e a segurança de todos os
que transitavam por ele", declarou Conte.
O grupo
Atlantia, controlado pela família Benetton, que controla a Autostrade per
l'Italia, respondeu que o anúncio do governo foi feito "na ausência de
qualquer objeção específica e de qualquer certeza sobre as causas
efetivas" do desabamento.
A ação da
Atlantia operava em queda de quase 25% durante a sessão na Bolsa de Milão.
A Autostrade
per l'Italia afirmou na quarta-feira que tem confiança e poder "demostrar
que sempre respeitou corretamente suas obrigações de concessionária" e
acrescentou que "não é possível no momento formular hipóteses sobre as
causas do desabamento do viaduto".
De acordo com
fontes do setor financeiro entrevistadas pela imprensa italiana, o Estado
poderia ser obrigado a pagar bilhões de euros de compensação pela revogação do
contrato de concessão.
A empresa
afirmou que trabalha "com afinco" na reconstrução da ponte, uma obra
que deve terminar em "cinco meses", assim que o local for liberado
após as operações de busca.
No local do
desabamento, o trabalho de busca é perigoso porque os "escombros são
instáveis, assim como parte da ponte ainda de pé", afirmou Emanuele Gissi.
A prefeitura
recebeu vários alertas de pessoas desaparecidas, "mas é difícil saber se
alguém não atende o telefone porque já está de férias em outro lugar do mundo
ou porque, infelizmente, está embaixo da ponte", afirmou na quarta-feira o
ministro do Interior, Matteo Salvini.
"O que é
correto é que aqueles que estão procurando nos dizem que ainda há outras
pessoas nos escombros", completou.
Acima das
equipes de resgate, o motor do caminhão verde parado à beira do precipício
ainda está ligado e se tornou um símbolo do pânico provocado pela tragédia.
O motorista do
veículo, em estado de choque, não desligou o caminhão antes de fugir e, segundo
seu patrão, o caminhão tem bastante combustível para permanecer com o motor em
funcionamento por vários dias, com os faróis e para-brisas ligados.
Por Remi
BANET
AFP
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