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Gabriela Bilo / Estadão O Ministério da Saúde destacou que as
baixas coberturas vacinais identificadas em
todo o País acendem
o que chamou
de "luz vermelha"
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Diante do risco
da volta de doenças contagiosas graves consideradas erradicadas no Brasil –
como sarampo e poliomielite –,
o Ministério da Saúde decidiu mudar a estratégia de
imunização. Vai retomar procedimento bem-sucedido nos 1980 e 1990: as campanhas
específicas.
Este ano, de 6
a 31 de agosto, em vez da já tradicional campanha de multivacinação, o Brasil
terá uma ação mais focada, contra a pólio e o sarampo. O investimento do
ministério nas campanhas deste ano já passa dos R$ 30 milhões. “As baixas
coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de 5 anos, acenderam
uma luz vermelha no País”, informou o ministério, diante da lista de 312
municípios que estão com cobertura abaixo de 50% para poliomielite, como
adiantou o Estado. Há também o reaparecimento de casos de sarampo em cinco
Estados e em países vizinhos.
Em 2017, todas
as vacinas oferecidas gratuitamente ficaram abaixo da meta de 95% preconizada
pela Organização Mundial de Saúde para o controle de doenças infecciosas. Em
2011, por exemplo, as coberturas para pólio e sarampo – consideradas graves –
eram de 100%.
Segundo o
Ministério da Saúde e Biomanguinhos (principal fabricante das vacinas) não há
problemas na produção nem na oferta dos imunizantes. Para a campanha deste ano,
por exemplo, já estão disponíveis 15,5 milhões de doses da tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola) e outras 11 milhões da pólio. Em Rondônia, por
exemplo, o surto de casos de sarampo fez o governo antecipar a campanha de
vacinação, que começou esta semana.
O problema,
dizem autoridades e especialistas, não é a produção. “Quando doenças estão
erradicadas, com elas vai o medo e a percepção do risco”, diz a pediatra
Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. “Os pais
das crianças de hoje nunca viram sarampo ou pólio; eles mesmos foram vacinados
na infância.”
Para Pedro
Bernardo, da Interfarma (que reúne laboratórios privados de produção de
vacinas), médicos e farmácias deveriam entrar mais nas campanhas. “E os planos
de saúde deveriam cuidar dos beneficiários, focando na prevenção.”
Roberta
Jansen
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