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© Fornecido
por AFP Trump adverte China sobre novas
tarifas, se Pequim decidir retaliar os EUA
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China e Estados
Unidos estavam, nesta terça-feira (19), mais perto do que nunca de uma guerra
comercial, depois que a China prometeu adotar "represálias" contra as
ameaças de Donald Trump de impor novas e proibitivas tarifas a produtos
chineses importados.
As Bolsas da
China encerraram a terça-feira (horário local) com forte queda em consequência
dessas ameaças do presidente americana: Xangai terminou em baixa de 3,78%,
assim como Shenzhen (-5,77%), enquanto Hong Kong, a uma hora do fechamento das
operações, perdia 3%.
Tóquio também
terminou com perdas (-1,77%), enquanto as principais Bolsas europeias abriram
suas sessões de hoje com queda acentuada.
Com as duas
maiores economias mundiais já mergulhadas em um duelo temido pelos mercados e
pela indústria, Trump disse que adotará novas medidas punitivas contra a
"inaceitável" decisão de Pequim de aumentar suas próprias taxas.
Ele advertiu
que, "se a China aumentar suas tarifas mais uma vez", Washington
retaliará bens chineses com taxas de 10%, equivalentes a US$ 200 bilhões, para
um possível total de US$ 450 bilhões, ou seja, quase todas as importações
chinesas.
A reação da
China foi quase imediata. O Ministério chinês do Comércio classificou a decisão
de Trump como "chantagem".
"Se os
Estados Unidos perderem o bom senso e publicarem uma lista [de produtos
afetados pelas sobretaxas], a China se verá obrigada a adotar uma mistura de
medidas quantitativas e qualitativas sob a forma de vigorosas
represálias", disse o Ministério em uma nota.
Novas ações
Em um
comunicado, Trump disse que "novas ações deverão ser tomadas para
pressionar a China a mudar suas práticas desleais, abrir seu mercado aos bens
dos Estados Unidos e admitir uma relação comercial mais equilibrada".
"Aparentemente,
a China não tem nenhuma intenção de mudar suas práticas ilegais de aquisição de
propriedade intelectual e tecnologia americana", afirmou.
"A relação
comercial entre Estados Unidos e China deveria ser mais equilibrada",
insistiu Trump, que estabeleceu como meta reduzir em US$ 200 bilhões o déficit
comercial com o gigante asiático.
Esta grave
ameaça de guerra comercial preocupa o mercado e demais agentes econômicos.
"Nesta
perigosa escalada (...) o Congresso deve intervir e exercer sua autoridade
sobre a política comercial" afirmou a National Retail Federation (NRF), um
lobby americano do varejo, em um comunicado.
Cerca de
455.000 empregos americanos estão ameaçados pelas últimas medidas punitivas
contra a China, calculou a NRF, que estima que outra consequência será uma alta
dos preços dos produtos de base.
Em 2017, os
Estados Unidos exportaram para a China, segunda potência econômica mundial, US$
130,4 bilhões em bens e mercadorias. No mesmo período, os EUA importaram US$
505,6 bilhões, ou seja, um déficit de mais de US$ 375 bilhões.
Medidas e
represálias
Na última
sexta-feira, a Casa Branca anunciou a imposição de taxas aduaneiras de 25% a
bens importados da China, da ordem de US$ 50 bilhões, para compensar o que
Washington denuncia como roubo de propriedade intelectual e de tecnologia por
parte de Pequim.
O governo
chinês respondeu, anunciando represálias equivalentes contra produtos
americanos.
"Tenho uma
excelente relação com o presidente Xi (Jinping) e continuaremos trabalhando
juntos em muitos temas. Mas nem a China nem outros países se aproveitarão mais
dos Estados Unidos em comércio", disse Trump.
O presidente
americano deu sinal verde para as medidas punitivas depois de meses de um
instável processo diplomático, no qual a promessa dos chineses de comprar mais
bens americanos não aplacou as queixas de Trump sobre o desequilíbrio comercial
bilateral.
A China
prometeu aumentar a importação de bens americanos em US$ 70 bilhões para
reduzir o déficit comercial americano, enquanto Trump pedia um corte do déficit
em US$ 200 bilhões.
A disputa com a
China é apenas uma das frentes comerciais abertas pelo protecionismo de Trump.
Desde 1º de junho, as importações de aço e de alumínio de União Europeia,
México e Canadá pagam tarifas de 25% e 10%, respectivamente.
AFP
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