Cabral e
Adriana Ancelmo serão interrogados nesta segunda.
Joias
valiosas estão na lista dos possíveis itens comprados com
dinheiro de
propina (Foto: Divulgação/PF)
|
Além de
Cabral e Adriana, depoimentos de Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra também
estão na pauta da 7ª Vara de Justiça Federal nesta segunda.
O ex-governador
Sérgio Cabral e a esposa, Adriana Ancelmo, vão prestar depoimento mais uma vez
na sede 7ª Vara de Justiça Federal, no Rio de Janeiro, na tarde desta
segunda-feira (23).
O juiz Marcelo
Bretas vai ouvir ambos sobre como o dinheiro oriundo de esquemas de corrupção
seria lavado, de acordo com investigações, na compra de joias para Adriana.
Em depoimentos
anteriores, Adriana reconheceu que recebia presentes da loja de joias H. Stern,
sem saber como eram pagos. A advogada, no entanto, afirmou que pode ter recebido
joias para "publicidade".
Adriana usando
joias e Cabral quando este último ainda era governador do Rio, entre 2007 e
2014 (Foto: Reprodução / TV Globo)
O juízo também
irá determinar se Cabral era o comandante de uma quadrilha que desviava
dinheiro público. Sobre isso, prestarão depoimento também Carlos Miranda e Luiz
Carlos Bezerra, apontados pelo Ministério Público Federal como doleiro e
operador financeiro do esquema de Cabral.
Na última
semana, Cabral
foi condenado pela terceira vez no ensejo da Operação Lava Jato. o
juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, o condenou a 13 anos de
reclusão, em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro, no âmbito da
Operação Mascate.
Somadas as três
sentenças, Cabral tem 72 anos de prisão para cumprir, se as penas forem
mantidas em outras instâncias. O ex-governador está preso desde novembro do ano
passado e foi alvo de duras críticas do juiz Bretas na sentença.
"Como
agente político, desviou-se de suas nobres atribuições conferidas por voto
popular para se dedicar a práticas delituosas reiteradas por anos,
beneficiando-se do dinheiro público desviado e branqueado por sua organização
criminosa, revelando dolo intenso no seu agir. (...) Ainda que não se possa
afirmar que o comportamento deste condenado seja o responsável pela excepcional
crise econômica vivenciada por este Estado, é indubitável que os episódios de
corrupção tratados nestes autos diminuíram significativamente a legitimidade
das autoridades estaduais na busca para a solução da crise atual",
escreveu o magistrado.
As 3 condenações:
Lava Jato em
Curitiba: condenado
pelo juiz Sérgio Moro a 14 anos de prisão
Além dele,
também foram condenados os operadores de Cabral, Ary Ferreira da Costa Filho, a
9 anos e 4 meses de prisão, e Carlos Miranda, a 12 anos de prisão.
Sobre Ary
Filho, Marcelo Bretas ressaltou que, mesmo sendo funcionário público bem
remunerado, "preferiu dedicar-se a atividades ilícitas em série, cuja
natureza e gravidade das quais tinha total conhecimento".
Já Miranda é
descrito na sentença como um homem de "ambição desmedida", que não
ocupava cargo ou função pública mas, ainda assim, "tinha total
conhecimento da natureza criminosa e da gravidade desses fatos relacionados ao
recolhimento de propinas pagas a organização criminosa liderada pelo então
Governador do Estado e modo como deveria branquear esse dinheiro".
Por G1 Rio
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