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por AFP (21 set) Busca por
sobreviventes
na capital mexicana
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Prestes a
completar as 72 horas vitais para resgatar com vida vítimas do terremoto de
terça-feira, em meio a rumores de que serão usadas máquinas pesadas para
remover os escombros, as autoridades se comprometeram a prorrogar os esforços
até que não haja mais sinais de vida.
Na madrugada
desta sexta-feira o balanço era de 286 mortos pelo terremoto de magnitude 7.1:
148 na Cidade do México, 73 no estado de Morelos, 45 e, Puebla, 13 no Estado do
México, 6 em Guerrero e um em Oaxaca, informou no Twitter Luis Felipe Puente,
diretor da Defesa Civil federal.
Os
especialistas dão 72 horas em média para que uma pessoa presa nos escombros
tenha maiores oportunidades de sobreviver, mas, em outras tragédias, como no
terremoto de 8.1 de 19 de setembro de 1985, que deixou mais de 10.000 mortos na
capital mexicana, a resistência humana superou as expectativas.
"Os
trabalhos de resgate continuam na Cidade do México. Não estão suspensos",
disse o presidente Enrique Peña Nieto ao desmentir "rumores falsos"
de que se encerrariam os esforços por resgatar sobreviventes e recuperar
corpos.
Nas redes
sociais circulavam mensagens de origem desconhecida e gravações de supostos
socorristas que alertavam que máquinas pesadas estavam prontas para remover
escombros, apesar das possíveis pessoas ainda com vida.
"Temos
certeza de que ainda há gente viva e não vamos permitir o uso das
máquinas", disse à AFP Olinca González, de 29 anos e que espera notícias
da esposa de seu pai, uma contadora que trabalhava em um edifício do cêntrico
setor Roma que desabou.
No local, um
dos mais afetados junto ao bairro chique de Condesa e o sul da capital, havia
rumores de que as máquinas pesadas já começariam a ser operadas, mas
socorristas e militares continuam seus trabalhos de resgate.
Daniel Moreno,
de 29 anos, que estava no edifício e agora busca seu irmão Adrián, de 26,
demonstrou estar tranquilo e esperançoso de que seu irmão esteja entre uma
dezena de pessoas que ainda podem estar vivas sob os escombros.
"Estamos
confiantes no trabalho que tem sido feito pelas pessoas, pelos militares, todos
fizeram um ótimo trabalho", disse à AFP.
Assistência
internacional
Especialistas
americanos e israelenses foram fundamentais para determinar se há esperança de
vida, utilizando tecnologia de ponta capaz de detectar o menor sinal de vida.
Os israelenses
recorriam a área de Roma-Condesa para determinar o melhor lugal para trabalhar,
enquanto os americanos conseguiram localizar o corpo de uma mulher em um
edifício.
Em uma fábrica
têxtil do centro da megalópole na qual trabalhavam vários taiwaneses os
esforços também foram redobrados. Os encarregados do edifício não tinham
certeza sobre quantas pessoas havia no local no momento da tragédia.
Segundo a
imprensa de Taiwan, são quatro os mortos confirmados e há um desaparecido, mas
no local especula-se que esse número pode ser maior.
Futuro
incerto
Dos quase 40
edifícios que desabaram na capital, pelo menos em quatro as máquinas pesadas já
começaram a remover escombros após a localização dos últimos ocupantes, a
maioria sem vida.
De acordo com
os relatos, são mais de 2.000 moradias danificadas, muitas delas desalojadas
por ordem das autoridades ou por medo de seus habitantes, que agora têm pela
frente um futuro incerto.
"Esperamos
que a Defesa Civil me diga se podemos ficar em casa ou não. Não temos dinheiro,
vivemos (do dinheiro) do dia, por sermos comerciantes (de frutas na rua) e
agora minha venda não está boa", disse Érika Albarrán, de 33 anos, mãe de
um bebê e que está em um abrigo.
Após os
resgates, o governo fará um recontagem dos danos para depois iniciar a
reconstrução das zonas afetadas no centro do país.
México está
localizado entre cinco placas tectônicas cujos movimentos o colocam entre os
países com maior atividade sísmica no mundo.
No dia 7 de
setembro, um terremoto de 8.1, o mais forte em um século no México, deixou 96
mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de
Oaxaca e de Chiapas.
AFP
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