© Filipe
Araújo/Fotos Públicas Lula defende a neutralidade
do governo
brasileiro em busca de uma solução pacífica para
a Venezuela;
já Gleisi faz uma defesa irrestrita da assembleia
|
A convocação de uma assembleia
para reescrever a Constituição da Venezuela expôs uma fissura interna no PT,
partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto a presidente da
sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), manifesta apoio incondicional à
Constituinte, uma ala petista -com assento no instituto Lula- defende cautela
no endosso às decisões do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Segundo a reportagem apurou, Lula
está preocupado com a administração Maduro e teria recomendado, mais de uma
vez, moderação ao presidente da Venezuela. Nas conversas com colaboradores,
Lula defende a neutralidade do governo brasileiro em busca de uma solução
pacífica para a Venezuela.
O ex-presidente seria também
contrário à realização da Constituinte, cuja eleição está programada para este
domingo (30), em um momento tão delicado para o país. Uma onda de protestos nos
últimos quatro meses já deixou mais de cem mortos.
Gleisi, no entanto, faz uma defesa
irrestrita da assembleia. Na abertura do 23º encontro do Foro de São Paulo, dia
16 na Nicarágua, a presidente do PT manifestou, em nome do partido, "apoio
e solidariedade ao governo do PSUV, seus aliados e ao presidente Maduro frente
à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela".
"Condenamos o recente ataque
terrorista contra a Corte Suprema", discursou ela, aludindo a um helicóptero
que sobrevoou o prédio do Supremo no fim de junho de forma suspeita.
"Temos expectativa de que a Assembleia Constituinte possa contribuir para
uma consolidação cada vez maior da revolução bolivariana e que as divergências
políticas se resolvam de forma pacífica."
Nesta terça (25), Gleisi reafirmou
o aval do partido à convocação da assembleia. A presidente do PT compara a
atuação da oposição venezuelana à brasileira, que levou ao impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff.
"A oposição a Maduro quer
chegar ao poder como [o presidente Michel] Temer. Parece que as coisas lá [na
Venezuela] são diferentes."
Gleisi apoia mesmo o critério
estabelecido para a eleição da assembleia constituinte, cujos integrantes serão
escolhidos segundo cotas setoriais. "É preciso voto, por setor ou
não", afirma Gleisi.
Para a senadora, não há
contradição no fato de o PT reivindicar eleições diretas no Brasil e endossar a
Assembleia Constituinte na Venezuela. "Gostando-se ou não de Maduro, ele
tem legitimidade, foi eleito em urna, o que não é o caso de quem hoje governa o
Brasil", disse.
"Lá [na Venezuela] quem não
quer se submeter ao voto popular é quem fala em defender a democracia. Isso é
contraditório", afirma.
A presidente do PT lembra ainda
que seu partido aprovou a proposta de realização de uma Constituinte para a
implementação de reformas no Brasil. "Constituinte também defendemos aqui.
Foi deliberação do sexto Congresso do PT." Com informações da
Folhapress.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!