Polícia
lança jato d'água sobre manifestantes oposicionistas
em Caracas (Foto: Christian Veron/Reuters)
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Embaixador venezuelano responde
dizendo que EUA 'não têm autoridade moral' para crítica sobre direitos humanos.
A embaixadora dos Estados Unidos
nas Nações Unidas, Nikki Haley, pediu nesta terça-feira (6) à Venezuela que
aborde a questão da violação dos direitos humanos em seu país ou abandone o
Conselho da ONU de Genebra.
"Se a Venezuela não pode
(abordar as violações dos direitos humanos no país), deveria renunciar
voluntariamente a seu lugar no Conselho de Direitos Humanos até colocar a sua
casa em ordem", afirmou Haley na sede do Conselho, em Genebra.
"Integrar este Conselho é um
privilégio e um país que viola os direitos humanos não deveria estar autorizado
a ter um espaço à mesa", completou.
Em resposta, o embaixador
venezuelano na ONU, Jorge Valero, declarou que Washington "não tem
autoridade moral para se apresentar como juiz universal em matéria de direitos
humanos".
"Engraçado ver o império
norte-americano, que massacrou povos inteiros com suas guerras preventivas e
tortura contra pessoas arbitrariamente detidas em lugares ilegais, se
pronunciar contra qualquer nação", lançou.
Para Valero, é Washington quem
"deveria não apenas renunciar ao seu posto no conselho, mas também pedir
perdão ao mundo pelas atrocidades cometidas ao longo da história".
No discurso para os 47 membros do
Conselho, Haley, que tem status de ministra, lamentou que a ONU "nunca
tenha examinado uma resolução sobre a Venezuela, embora em março tenha aprovado
cinco resoluções parciais contra um só país, Israel".
Israel é o único país que tem um
ponto fixo na ordem do dia em todas as sessões do Conselho de Genebra, que
acontece três vezes por ano.
Israel e seu principal aliado, os
Estados Unidos, denunciaram em várias ocasiões a "agenda parcial" do
Conselho e se negam a participar nos debates.
Pedido de missão da ONU
O Alto Comissário das ONU para os
Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse nesta terça-feira que "a
crise crescente dos direitos humanos" na Venezuela "destaca a
necessidade cada vez mais urgente de uma análise imparcial e uma ajuda rápida",
antes de recordar que aconteceram "pelo menos 60 mortes" no país,
segundo a Procuradoria, assim como a escassez de produtos e a fome.
"Peço ao governo que aceite
meu pedido para uma missão no país a nível operacional", afirmou o Alto
Comissário. Uma porta-voz de Al-Hussein explicou à AFP que "'a nível
operacional" quer dizer aceitar nosso pedido para uma missão importante no
país", melhor que uma missão de alto nível, onde "dirigentes de alto
nível estariam acompanhados por funcionários para supervisionar a situação de
forma superficial".
O Alto Comissário apresentou a
demanda em maio, segundo a porta-voz.
Onda de protestos
A Venezuela vive desde 1 de abril
uma onda de protestos da oposição para exigir eleições gerais que possibilitem
a saída do poder do presidente Nicolás Maduro. As manifestações deixaram 65
mortos e mais de mil feridos.
Em Caracas, o defensor público
Tarek William Saab pediu na semana passada às forças públicas garantias de
respeito aos direitos humanos na contenção dos protestos. Ao mesmo tempo, o
funcionário do governo defendeu os julgamentos de civis em tribunais militares,
desde que os delitos tenham "natureza militar".
O governo acusa manifestantes de
ataques a bases militares em Caracas e outras cidades.
Por France Presse
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