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do empresário foi atestar legitimidade do material
entregue à
PGR como prova de envolvimento do presidente
|
O empresário Joesley Batista, da
JBS, caiu em contradição em pelo menos dois pontos na comparação entre a
entrevista concedida à revista "Época" e o depoimento à PGR
(Procuradoria-Geral da República) no acordo de delação premiada.
Ele indicou uma data diferente
sobre seu primeiro contato com o presidente Michel Temer e deu uma nova versão
sobre os encontros iniciais com o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR).
Em entrevista concedida à
"Época" neste final de semana, Joesley afirmou: "Conheci Temer
através do ministro Wagner Rossi [PMDB], em 2009, 2010. Logo no segundo
encontro ele já me deu o celular dele. Daí em diante passamos a falar. Eu
mandava mensagem para ele, ele mandava para mim. De 2010 em diante. Sempre tive
relação direta".
A data é diferente da que ele
forneceu no depoimento prestado à PGR como parte do acordo de delação premiada,
em vídeo gravado no dia 7 de abril passado.
Na ocasião, Joesley declarou que
só conheceu Temer depois da eleição do peemedebista como vice-presidente na
chapa da petista Dilma Rousseff. O executivo inicialmente disse que conhecia
Temer já fazia "cinco, seis anos", mas foi interrompido por um
procurador. Em seguida, diz: "O presidente Michel Temer conheci há cinco,
seis anos atrás, ele já como vice-presidente. Quem me apresentou foi o
ex-ministro Wagner Rossi, nomeado por ele".
Temer tomou posse no cargo em 1º
janeiro de 2011, portanto depois de "2009, 2010".
Antes, Joesley havia entregado um
"anexo", versão preliminar do que prometia dizer em depoimento, no
qual também mencionava que havia conhecido Temer antes da posse na
Vice-Presidência.
Nesse documento, Joesley escreveu
ter conhecido Rossi em "abril ou maio" de 2010 e que, "poucas
semanas depois", o então ministro da Agricultura o levou para conhecer
pessoalmente Temer em seu escritório na praça Panamericana, em São Paulo.
HOMEM DA MALA
Em uma segunda contradição,
Joesley alterou a ordem dos acontecimentos na sua relação com Rodrigo Loures
-que está preso em Brasília após ter recebido uma mala com R$ 500 mil da JBS.
No depoimento, Joesley afirmou ter sido dele a iniciativa de procurar Loures
para estabelecê-lo como um novo interlocutor no Planalto.
Disse que tomou essa decisão após
denúncias atingirem seu contato frequente, o então ministro Geddel Vieira Lima
(PMDB).
"Quando ele [Geddel] passou a
ser investigado, eu, como investigado também, não pude mais falar com o Geddel,
pela proibição da Justiça. Foi onde eu procurei o Rodrigo Rocha Loures. [...]
Quando eu liguei para ele [Loures], ele ainda estava no Palácio. Era assessor
da Presidência. Eu liguei: 'Rodrigo, eu precisava falar com o presidente
Michel'. Isso era um sábado. Passou um pouco e ele até comentou que o
presidente tinha me ligado."
No domingo, segundo Joesley,
Loures ligou a fim de combinar um café no hotel Fasano, em São Paulo.
NA MIRA DA JBS
Na entrevista à revista, Joesley inverteu
a ordem dos acontecimentos e omitiu a história da iniciativa de seu telefonema
a Loures e o café no hotel. Ele alegou à revista que conhecia Loures
"apenas de vista", e que é que trouxe o nome do seu ex-assessor.
"Estava sem interlocução. Aí
ele [Temer] falou do Rodrigo [Loures]", disse Joesley. A revista quis
saber se o empresário conhecida Loures. O empresário respondeu:
"Conhecia de vista. E ele
[Temer] me indica o Rodrigo como uma pessoa da mais estrita confiança."
OUTRO LADO
A reportagem não obteve
posicionamento da assessoria da JBS até a publicação deste texto. Com
informações da Folhapress.
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