Moreno, de
64 anos e que sofre de paraplegia, foi
empossado num Congresso unicameral
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Promessa do novo presidente é
de aprofundar mudanças propostas pelo 'socialismo do século 21' de Rafael
Correa.
O novo presidente do Equador,
Lenín Moreno, tomou posse do cargo nesta quarta-feira (24) para o mandato
2017-2021 em uma cerimônia na Assembleia Nacional diante de centenas de
convidados. Moreno prestou juramento ao presidente do Parlamento, o governista
José Serrano, e recebeu a faixa de seu agora antecessor, Rafael Correa.
A Assembleia Nacional, em Quito,
foi o palco da transferência de poderes entre Correa e Moreno, que em 2 de
abril derrotou o conservador Guillermo Lasso no segundo turno das eleições.
Após a posse de Moreno, Serrano tomou o juramento do vice-presidente Jorge Glas
Espinel, que permanece no cargo.
Lenín Moreno assume com o objetivo
de fazer avançar o modelo de esquerda conhecido como socialismo do século XXI,
seguindo o rastro de Correa.
Moreno, de 64 anos e que sofre de
paraplegia, foi empossado num Congresso unicameral, controlado pelo oficialismo
- na presença de uma dúzia de presidentes latino-americanos.
'Aprofundar mudanças'
Formado em Administração Pública,
Moreno argumenta que "a paixão pela vida nos obriga a aprofundar as
mudanças alcançadas, defender os avanços sociais", conforme estabelece seu
programa de governo.
Impulsionao pelo boom do petróleo,
Correa privilegiou o investimento e a equidade social, mantendo os subsídios ao
combustível e à eletricidade durante a década de sua "revolução
cidadã", que agora enfrenta dificuldades econômicas.
A dívida externa subiu 150% (para
25,6 bilhões de dólares, 26,3% do PIB) na última década, segundo dados
oficiais. A economia encolheu 1,5% em 2016 e o preço do petróleo, o principal
produto de exportação, caiu de US$ 98 por barril em 2012 para 35 em 2016. No
primeiro trimestre deste ano, o preço aumentou para US$ 45 o barril.
Modelo em crise
O modelo Correa, baseado em um
Estado investidor e disciplinador da sociedade, está "em crise" e
"requer uma bonança econômica para se sustentar", aponta Pablo
Ospina, analista da Universidade Andina Simon Bolívar em Quito.
Lenín em
cerimônia de posse na Assembleia nacional
equatoriana
(Foto: Rodrigo Buendia/AFP)
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Para o cientista político Simón
Pachano, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) em Quito,
as perspectivas para Moreno "são difíceis, especialmente sobre a situação
econômica", que levou o país à recessão nos últimos trimestres.
No entanto, as expectativas das
classes mais pobres seguem intactas. "Espero que Lenín me ajude a ter
minha casa. Não quero tudo dado, preciso de facilidades para pagar", disse
à agência AFP Trellas Isabel, de 61 anos.
Moreno pretende alcançar uma
economia sustentada na eficiência e uma gestão adequada dos recursos, de modo a
sustentar a justiça social e equidade fiscal.
O novo presidente anunciou na
terça-feira a composição do seu gabinete, integrado por empresários, líderes
sociais e funcionários de Correa, como María Fernanda Espinosa e Miguel
Carvajal, que serão chanceler e ministro da Defesa, respectivamente.
Moreno, que eliminou seis
ministérios coordenadores como o de Política Econômica, entregou a pasta das
Finanças a Carlos De la Torre, ex-assessor do Banco Central, e de
Hidrocarbonetos a Carlos Pérez, ex-executivo da empresa petrolífera americana
Halliburton.
A oposição recuperou terreno na
última eleição, aumentando sua presença no Parlamento, onde o governo deixa de
ter a maioria qualificada de dois terços para reformar a Constituição. O
oficialismo dispõe agora de uma maioria frágil de 74 cadeiras, contra 100 do
período 2013-2017.
Por G1
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