O Palácio do Planalto divulgou
hoje (2) nota em que diz que o depoimento de Marcelo Odebrecht confirma o que o
presidente Michel Temer vem dizendo há meses: que teve um encontro com o
empresário, na época em que era vice-presidente, para tratar da campanha
presidencial, mas que, na ocasião, não foram discutidos valores. Segundo o
Planalto, o depoimento do empresário não traz novidades.
Marcelo Odebrecht foi ouvido ontem
(1º) pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin. O
empresário é testemunha na ação em que o PSDB pede a cassação da chapa
Dilma-Temer por suposto abuso de poder político e econômico durante a campanha
presidencial de 2014.
Na nota divulgada nesta
quinta-feira, a Presidência da República confirma ainda que a construtora
Odebrecht deu um auxílio financeiro de R$ 11,3 milhões a campanhas do PMDB,
partido de Temer, e que o montante foi declarado ao TSE.
Conforme reportagens veiculadas
pela imprensa, no depoimento, Marcelo Odebrecht confirmou o encontro com Temer
para tratar da campanha de 2014, mas negou ter acertado valores. Ele também
teria dito que doações foram acertadas entre Cláudio Melo Filho, ex-diretor da
Odebrecht, e Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil.
O depoimento de Marcelo Odebrecht
foi sigiloso. Condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por
participação no esquema investigado pela Operação Lava Jato e réu em outras
ações penais, o ex-presidente da construtora Odebrecht está preso na
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde junho de 2015. Em
dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma Rousseff e de
seu companheiro de chapa, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas pelo TSE.
No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por
entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por
Dilma. Segundo entendimento do TSE, a prestação contábil do presidente e do
vice-presidente é julgada em conjunto.
Dilma Rousseff
A assessoria da ex-presidenta
Dilma Rousseff divulgou também nota na qual afirma que todas as doações a suas
campanhas foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de
contas sido aprovadas pelo TSE. Ela diz que é “mentirosa” a informação de que
teria pedido recursos a Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, e que
tenha autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio
de caixa 2, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014, conforme
reportagens divulgadas pela imprensa.
Dilma negou também ter indicado o
ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como seu representante junto a qualquer
empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas
presidenciais. “Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com
a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação”,
destacou Dilma. A ex-presidenta classifica de “insulto a sua honestidade” e
“despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos” a insistência em
impor a ela “uma conduta suspeita ou lesiva à democracia dou ao processo
eleitoral”.
De acordo com reportagens
divulgadas pela imprensa, o empresário Marcelo Odebrecht disse, no depoimento,
que doou mais de R$ 150 milhões à chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 como
caixa dois.
Agência Brasil
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