Carro da
Paraíso do Tuiuti é levado de volta à Marquês de Sapucaí
para
participar de reprodução simulada do acidente que feriu 20
pessoas (Foto: Carlos Brito/G1)
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Veículo foi levado para o
sambódromo na manhã desta quarta-feira (1). Reconstituição poderá ajudar a
esclarecer as causas do acidente.
O carro alegórico da escola de
samba Paraíso do Tuiuti que, desgovernador, atropelou e feriu 20 pessoas no
primeiro dia de desfiles do Grupo Especial foi levado de volta à Marquês de
Sapucaí na manhã desta quarta-feira (1). Conforme informou o Bom Dia Rio, a
polícia fará a reprodução simulada do acidente.
O trabalho pericial poderá ajudar
a polícia a esclarecer as causas do acidente. O carro passou já passou por duas
perícias - uma preliminar, logo após o desfile da agremiação, e outra na manhã
seguinte ao acidente.
Os peritos descobriram uma roda
quebrada no carro. Na perícia preliminar, o delegado William Lourenço,
substituto na 6ª DP (Cidade Nova) havia afirmado que não foi identificada falha
mecânica no veículo. O laudo com o resultado final ainda não tem data para ser
concluído.
Testemunhas contaram que,
primeiro, o carro bateu na grade que separa a arquibancada da pista. Nas
imagens que foram registradas do acidente é possível ver uma correria. O carro,
já do outro lado da avenida, atropelou algumas pessoas que estavam em frente às
cabines de serviço. Depois, foi para trás e acabou prensando quem estava perto
da grade.
“A alegoria deu uma ré repentina,
mas muito rápido, numa velocidade anormal”, disse uma testemunha.
“E ele se desgovernou, veio numa
velocidade e veio pegando as pessoas que estavam aqui na grade. Venho aqui há
mais de 20 anos, nunca vi uma coisa dessa”, disse a espectadora.
Vinte pessoas ficaram feridas.
Três permaneciam internadas até a manhã desta quarta-feira, uma delas em estado
grave.
'Me perdoe'
Quem conduzia o carro alegórico é
o motorista Francisco de Assis Lopes, de 53 anos. Ele prestoi depoimento na 6ª
DP na segunda-feira (27). Aos jornalistas, ele disse apenas que pedia perdão às
vítimas do acidente.
"Quem foi machucado me perdoe
mesmo. Me perdoe. eu não tive culpa, só quero pedir desculpas às famílias. Eu
não tenho mais nada a declarar", afirmou o motorista.
Os filhos de Francisco, Liverton
dos Santos Lopes Jr. e Lidiane Isis dos Santos Lopes, afirmaram à imprensa que
o pai não sabia que o carro alegórico dirigido por ele seria acoplado a outro
veículo. Francisco acabou perdendo o controle do carro e colidiu contra uma
grade da pista da Marquês de Sapucaí.
Segundo os filhos, Francisco é
motorista profissional de caminhão há 30 anos e estaria apto para desempenhar a
função no carro alegórico, embora esta tenha sido a primeira vez em que ele
guiou uma alegoria carnavalesca. Além do problema do carro acoplado, eles
também afirmaram que a Paraíso do Tuiuti era responsável por disponibilizar
alguém que guiasse a manobra, o que não aconteceu.
Liverton e Lidiane também dizem
que o problema técnico com a "roda maluca" - uma peça sob o chassi da
alegoria - contribuiu para o acidente e que o pai foi agredido logo após o
acidente, o que foi negado por diretores da escola. De acordo com a filha de
Francisco, depois de avançar sobre as grades, uma pessoa com um microfone subiu
no carro alegórico e mandou o motorista dar ré.
"Subiu uma pessoa no carro
pedindo para ele dar ré com um microfone. Aí, ele deu ré porque mandaram, não
foi porque ele perdeu a direção porque ele quis. Não. Ele deu ré porque foi
orientado a dar ré", disse.
Em nota, a diretoria da Paraíso do
Tuiuti informou que seu diretor de carnaval, Leando Azevedo, visitou as três
vítimas do acidente que permanecem internadas e que prestará toda a assistência
necessária. "A agremiação já se comprometeu a arcar com todos os custos da
reabilitação assim que as vítimas receberem alta médica", diz o texto.
Acidentes marcam Grupo Especial
Não foi apenas o desfile da
Paraíso do Tuiuti que deixou feridos na Marquês de Sapucaí. Na segunda noite de
desfiles do Grupo Especial, parte da estrutura de um carro alegórico da Unidos
da Tijuca despencou, ferindo 12 pessoas.
A perícia realizada no carro
apontou que falha na soldagem de uma das estruturas de sustentação pode ter
causado o acidente. A informação foi dada pela delegada Aparecida Mallet, da 6ª
DP (Cidade Nova), responsável pela investigação do caso.
O acidente aconteceu logo no
início do desfile da escola, no segundo carro a entrar na Marquês de Sapucaí. A
parte de cima da alegoria veio abaixo, e os integrantes que a ocupavam caíram
por cima de outros, que estavam na parte mais baixa.
Além dos dois acidente, uma
destaque de um dos carros alegóricos da Mocidade despencou quando parte da
estrutura cedeu. Já um carro da União da Ilha bateu no estúdio da Globo.
Ninguém se feriu nestas duas ocorrências.
Em nota, a Liga Independente das
Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) manifestou preocupação sobre os
acidentes com carros alegóricos que aconteceram nos dois dias de desfile na
Marquês de Sapucaí.
A entidade afirmou que irá reunir
representantes de todas as escolas de samba "para realizar os ajustes que
se fizerem necessários", a fim de evitar que situações semelhantes se
repitam nos próximos carnavais.
Por G1 Rio
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