Aeromodelo
com boneco do personagem Aladim sobrevoa
o Sambódromo
da Marquês de Sapucaí, durante desfile da
Mocidade
Independente de Padre Miguel - 28/02/2017
(Rafael
Moraes)
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Segundo dia de desfiles tem
surpresa da Mocidade e mais um acidente envolvendo carros alegóricos. Mangueira
e Portela estão na briga pelo título
Foi um carnaval inesquecível. Não
pela qualidade dos desfiles (longe disso, aliás). Mas, sim, pelos dois dias de
tragédias envolvendo carros alegóricos. O saldo cruel de mais de três dezenas
de feridos em 24 horas deixou em segundo plano o desempenho das escolas este
ano. Contribuiu também o fato do Carnaval 2017 não ter tido
nenhum desfiles daqueles arrebatadores – ou seja, quando não há dúvidas sobre
quem será campeão.
Abaixo um pequeno resumo da
atuação de cada uma na Avenida:
União da Ilha
A escola abriu o desfile de
segunda-feira aparentando estar disposta a fazer uma apresentação acima da sua
própria média nos últimos anos. O penúltimo lugar no ano passado acendeu o
sinal de alerta na agremiação.
Com um abre-alas gigantesco, a
Ilha tentou desenvolver na Avenida o difícil e genérico enredo sobre a relação
do tempo com o universo. O impacto visual limitou-se ao início. O nível de
sofisticação das alegorias foi caindo conforme o andamento do desfile.
Houve ainda problemas com a
evolução da escola a partir dos 50 minutos de desfile. A Ilha teve que acelerar
a velocidade dos seus integrantes para não violar o tempo permitido. Um carro
alegórico, o quinto, teve problemas com a iluminação. Pelo visto, foi um
desfile suficiente apenas para se manter no Grupo Especial em 2018.
São Clemente
Desde que contratou a carnavalesca
Rosa Magalhães em 2014, a expectativa da escola de amarelo e preto era mudar de
patamar. Rosa é um dos expoentes do Carnaval carioca, detentora de 7 títulos na
Avenida, a maioria deles na era de ouro da Imperatriz, nos anos 90.
A grife mais uma vez não foi capaz
de levar a São Clemente a brilhar. O enredo até que era simples. O tema sobre
os reinos franceses foi facilmente assimilado pelo público. O problema ficou na
execução das ideias. Simples demais, fantasias e carros alegóricos deixaram a
desejar. Parece ser mais um ano para a São Clemente se contentar com o pelotão
de baixo do ranking geral das escolas.
Mocidade
Um desempenho que coloca a escola
na briga para voltar ao desfile das campeãs – algo que não acontece desde o
quinto lugar em 2003. Com um enredo sobre o conto clássico As mil e uma
noites, a Mocidade apresentou alegorias grandiosas e de muito luxo. O samba
também foi um ponto alto da apresentação.
Destaque para a comissão de frente
– justamente em um ano em que poucas escolas inovaram neste quesito. Com o
objetivo de encenar as manifestações populares marroquinas, trouxe referências
à história de Aladim. Um tapete impulsionado por um aeromodelo sobrevoou a
Avenida com um boneco em cima. Contagiou as arquibancadas, algo também pouco
comum nos desfiles deste ano.
Unidos da Tijuca
A cara de decepção e angústia era
nítida entre os integrantes da escola tijucana. O acidente
que deixou feridos integrantes de um carro alegórico tornou o desfile
atípico.
Completamente atrasada, a Tijuca
correu para não estourar o cronômetro – mesmo assim acabou atrasando em um
minuto. O segundo carro da escola, o Nova Orleans, quebrou, deixando
integrantes feridos. Parte da alegoria desabou e pelo menos 12 pessoas tiveram que
ser atendidas em hospitais. Durante o salvamento das vítimas, alas inteiras
ultrapassaram carros para poder entrar na pista. No fim, três alegorias
chegaram a entrar na sequência para concluir o desfile.
Foi realmente uma pena. A Tijuca
mostraria um desfile criativo, com muitas alegorias diferentes e coreografadas.
A homenagem à música americana fez a escola investir pesado no desfile –
cogitou-se até convidar a cantora americana Beyoncé para estrelar o último
carro. Agora, vai depender da boa vontade dos jurados para não perder muitos
pontos e não ser rebaixada. Se tivesse desfilado normalmente, a Tijuca poderia
ter brigado pelo caneco.
Portela
É inegável que a régua de
exigência do público no Sambódromo aumenta a cada ano que o carnavalesco Paulo
Barros apresenta um trabalho. Refém da sua histórica originalidade,
especialmente na criação de alegorias, Barros mais uma vez será cobrado por não
ter trazido inovações à Sapucaí.
A Portela desfilou um enredo sobre
águas. Não havia desta vez um carro estonteante. Um deles, que teria pessoas de
cabeça para baixo dentro de uma canoa, chegou a ser alterado. Bonecos foram
colocados no lugar de última hora para que acidentes fossem evitados.
Mesmo assim, foi um desfile
tecnicamente correto da Portela. Para Barros, “perfeito”. Especialmente por ter
alas e fantasias muito bem acabadas.
A escola de Madureira pode brigar
pelo título. E o ex-prefeito Eduardo Paes, que dizia ter o sonho de ver a
Portela campeã durante o seu mandato, pode ficar com fama de pé-frio caso a vitória
aconteça.
Mangueira
Especulado como reforço do
Salgueiro para 2018, o jovem carnavalesco Leandro Vieira ofereceu ao público
mais um trabalho fantástico. Aos 33 anos e campeão com a escola no ano passado,
ele levou à Avenida um enredo sobre a fé do povo brasileiro.
Destaque para um carro
homenageando São Jorge, com um grande balão simulando a lua. A bateria deu
show, com diversas paradinhas durante o desfile.
Se repetir o feito de 2016, a
Mangueira conseguirá um bicampeonato alcançado pela última vez no biênio
1986/87.
Veja.com
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