A empresa
acumula dois rombos de R$ 4 bilhões
nos últimos
dois anos. Divulgação
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Segundo o
presidente da estatal, 3 mil funcionários já aderiram ao programa de
desligamento. 'Objetivo é colocar a empresa no azul neste ano', diz Guilherme
Campos.
O plano de
demissão voluntária lançado pelos Correios recebeu até o momento a adesão de 3
mil funcionários e a expectativa é que o número chegue a pelo menos 5 mil,
segundo o presidente da estatal, Guilherme Campos.
Em meio à
mais grave crise financeira de sua história, a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) planeja também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de
uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de
pagamentos.
A empresa
acumula dois rombos de R$ 4 bilhões nos últimos dois anos. Os Correios fecharam
o ano passado com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, após registrar perdas de
R$ 2,1 bilhões em 2015. "Estamos trabalhando para reverter esse quadro. O
objetivo é colocar a empresa no azul neste ano", disse o presidente ao G1.
Cortes
Aberto em
janeiro, o Plano de Desligamento Incentivado para Aposentados (PDI) tem como
público-alvo os empregados com mais de 55 anos, com tempo de serviço para
requerer aposentadoria. O prazo para adesão termina nesta sexta-feira (17).
Inicialmente,
a expectativa era ter de 6 mil a 8 mil adesões, com economia anual de R$ 700
milhões a R$ 1 bilhão. Agora, a meta foi reduzida. “A nossa expectativa é ficar
em torno de 5 mil. Só os 3 mil que já aderiram já representam uma economia
anual da ordem de R$ 400 milhões”, afirmou Campos.
Segundo ele,
mesmo com a adesão menor, outras medidas complementares ajudarão a empresa a
reduzir os seus custos para voltar a gerar resultados operacionais positivos.
Só com cortes
de funções e cargos comissionados, a empresa diz ter conseguido uma economia da
ordem de 20% na folha de pagamentos de janeiros.
Os Correios
contam com 117 mil empregados atualmente.
Fechamento de agências
Segundo os
Correios, o fechamento de cerca de 200 agências acontecerá sobretudo nos
grandes centros urbanos. "Estamos fazendo um processo de otimização onde
houver superposição de agência, inclusive para poder aproveitar os reflexos do
PDI”, explicou Campos.
Os Correios
acompanham o movimento de racionalização e corte de pessoal que também está
sendo feito por bancos estatais como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Em tempos de
recessão e rombo recorde nas contas públicas, o governo tem incentivado esses
programas de desligamento voluntário, até mesmo para tentar afastar a
necessidade de aporte federal em estatais em dificuldades financeiras.
Levantamento
publicado pelo G1 no mês passado mostrou que programas de cortes em estatais já
tiveram a adesão de mais de 37 mil funcionários em 2 anos e que novos planos
anunciados podem gerar mais de 22 mil cortes adicionais.
Reajuste de tarifas
Outro
reforço no caixa dos Correios deverá vir de um reajuste das tarifas postais nos
próximos meses. A estatal afirma que há uma necessidade de um aumento da ordem
de 7% por causa do represamento das tarifas em anos anteriores, quando não
houve repasse integral da inflação.
“Existe uma
demanda nossa por um resto de recuperação de tarifas, que já foi encaminhado em
janeiro para o Ministério do Planejamento", explica o presidente. “Estamos
aguardando”.
Para Campos,
outro ponto fundamental para reestruturar o orçamento dos Correios é encontrar
um novo formato para o plano de saúde dos funcionários dos Correios, o Postal Saúde.
Segundo ele, este custeio é o responsável pela maior parte do déficit
registrado nos últimos anos.
Pelo modelo,
a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%.
“Estamos negociando com os trabalhadores, com os sindicatos, buscando uma
alternativa. Nos moldes que está é impossível de ser mantido”, diz.
Apesar de
afirmar ter ficado assustado com a desorganização encontrada na administração
da empresa, o presidente dos Correios diz acreditar na recuperação e
viabilidade da operação e afirma que a privatização nas está nos planos do
governo.
"Do
ponto de vista de negócios, querer privatizar nesse momento seria entregar a
empresa praticamente de graça", diz. "O desafio de se fazer tudo
aquilo que não foi feito em 10 anos. Esse aqui tem que ser o ano da virada.”
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