Sede da
Odebrecht em São Paulo
(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
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Empresa é suspeita de pagar propina de US$ 92 milhões no
país.
Autoridades da República
Dominicana interrogaram nesta terça-feira (10) o gerente-geral da Odebrecht no
país, Marcelo Hofke, como parte da investigação para identificar funcionários
beneficiados com os US$ 92 milhões em subornos pagos pelo grupo brasileiro
entre 2001 e 2014 - segundo acordo de leniência assinado com o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos.
Após seis horas de interrogatório,
o procurador-geral da República, Jean Alain Rodríguez, declarou que o
depoimento de Hofke "não foi satisfatório" sobre os subornos. Hofke
estava no Brasil e viajou à República Dominicana especialmente para o
interrogatório.
Rodríguez interrogará nesta
quarta-feira (11) o empresário dominicano Ángel Rondón, representante comercial
da Odebrecht no país, que foi identificado por Hofke como a "pessoa que
recebeu os 92 milhões".
Segundo as investigações, os
subornos foram pagos durante os governos dos presidentes Hipólito Mejía, Leonel
Fernández e Danilo Medina.
A Procuradoria-Geral da República
Dominicana analisa contratos assinados com a Odebrecht pelo Ministério de Obras
Públicas, o Instituto Nacional de Abastecimento de Água e Esgoto (Inapa) e a
Corporação Dominicana de Empresas Elétricas Estatais (Cdeee).
O objetivo dessas investigações,
"é identificar as pessoas que na República Dominicana poderiam estar
envolvidas nessas supostas ilegalidades", segundo a Procuradoria-Geral.
Propina em 12 países
Em acordo de leniência firmado com
o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da
Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e
2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo,
representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros
11 países. Para o órgão dos Estados Unidos, é o "maior caso de suborno
internacional na história".
A construtora brasileira pagou
propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina,
Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique,
Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.
Na República Deminicana, a
Odebrecht pagou ou fez com com que fossem pagos mais de US$ 92 milhões para
funcionários do governo ou intermediários que geraram benefícios de US$ 163
milhões entre entre 2001 e 2014.
Por France Presse
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