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Coletiva da
Polícia Federal durante operação Calicute no Rio de Janeiro,
que prendeu o ex-governador do estado, Sérgio
Cabral (Leslie Leitão/VEJA)
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Os esquemas eram divididos em duas
etapas: além dos 5% do valor orçado que ia direto para o chefe da quadrilha,
outro 1% era chamado de 'taxa de oxigênio'
Os procuradores do Ministério
Púbico Federal e delegados da Polícia Federal começaram a dar detalhes de como
funcionava o esquema de propina comandado pelo ex-governador do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral. Os esquemas, que movimentaram ao menos R$ 224 milhões, eram
divididos em duas etapas: além dos 5% do valor orçado que ia direto para
Cabral, outro 1% era chamado de ‘taxa de oxigênio’, que era entregue à
Subsecretaria de Obras, comandada por Hudson Braga.
As investigações indicam que pelo
menos três grandes obras foram superfaturadas. A da reforma do Estádio do
Maracanã (1,05 bilhão, boa parte de recursos federais); Arco Metropolitano (ao
custo de 1,55 bilhão); e obras do PAC em favelas como Manguinhos, Rocinha e
Complexo do Alemão (total de 1,14 bilhão).
Sérgio Côrtes e Wilson Carlos,
secretários do governador Sergio Cabral, reunidos com Fernando Cavendish em
Paris
Constelação política: a partir da
esquerda, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a presidente da Fundação Theatro
Municipal, Carla Camurati, o governador Sérgio Cabral e a primeira dama Adriana
Anselmo, o presidente Lula e o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
A Operação Calicute, segundo os
investigadores, revela que os acordos eram costurados pelo braço-direito de
Cabral, Wilson Carlos, e dois outros assessores próximos conduziam o
recebimento das propinas: Carlos Bezerra e Carlos Miranda. Já o ‘oxigênio’ de 1%
de Hudson Braga era pago a José Orlando Rebelo e Wagner Garcia.
O esquema desmontado pelos
procuradores indica que Cabral tinha mesadas de propina. A Andrade Gutierrez
chegou a pagar 350 000 reais mensais durante um ano, enquanto a Carioca
Engenharia pagava 200 000 mensais durante o primeiro mandato (2007 a 2010). No
segundo mandato, porém, a mesada mais do que dobrou, passando para 500 000
reais. Em relação ao atual governador Luiz Fernando Pezão, os procuradores
informaram que ele não foi citado em qualquer delação até o momento. Pezão foi
vice-governador e secretário de Obras durante todo o governo Cabral.

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