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André Dusek/Estadão Procuradoria diz que Eduardo Cunha
'ainda mantém influência e indicou cargos
políticos do Governo Temer'
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Ao pedir a prisão preventiva do
ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba reiterou todos os argumentos já
apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perante o
Supremo Tribunal Federal, e acrescentou que, mesmo após ter seu mandato cassado
em setembro, o peemedebista ‘ainda mantém influência nos seus correligionários,
tendo participado de indicações de cargos políticos do Governo Temer’.
Treze procuradores da República
que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba subscrevem o requerimento
de prisão de Eduardo Cunha. Os investigadores citam, como exemplo, a nomeação
do deputado líder do PR Maurício Quintella, aliado de Cunha, para o Ministério
dos Transportes no governo Temer. Em março, quando ainda ocupava o cargo de
deputado, Quintella substituiu o correligionário Vinícius Gurgel (PR) no
Conselho de Ética e votou contra a cassação de Cunha.
Na ocasião, o parecer pela
cassação do peemedebista acabou sendo aprovado por 11 votos a 10 no colegiado e
foi encaminhado ao plenário. Em setembro deste ano, por 450 votos a 10, a
Câmara decidiu pela perda do mandato do peemedebista.
“Não há que se falar que seu afastamento do
cargo de deputado federal seja suficiente para inibir as atividades obstrutivas
do representando, pois mesmo afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
ainda mantém influência nos seus correligionários, tendo participado de
indicações de cargos políticos do Governo Temer”, diz o pedido de prisão
acatado pelo juiz Sérgio Moro.
Além da nomeação de Quintella, os
procuradores da Lava Jato listam em 44 páginas do pedido de prisão e de buscas
na residência de Cunha todos as investigações e suspeitas já levantadas contra
o peemedebista e seus familiares, incluindo as três denúncias já apresentadas e
os sete inquéritos abertos contra ele no Supremo Tribunal Federal como desdobramento
da Lava Jato.
Esses inquéritos apuram desde
propinas milionárias que Eduardo Cunha teria recebido na Petrobrás, na Caixa e
em Furnas, como também sua atuação na Câmara junto ao lobista Lúcio Bolonha
Funaro para achacar empresas e inimigos políticos.
“Há elementos que apontam que
durante todo o seu período de vida pública Eduardo Cosentino da Cunha
utilizou-se do cargo para obter vantagens indevidas com a finalidade de
possibilitar uma vida de gastos vultuosos para o deputado federal e para a sua
família”, segue o pedido de prisão apontando ainda que, durante todo o período
em que foi investigado, o peemedebista “não poupou esforços para embaraçar as
investigações”.
“Não suficiente, demonstrou que
atuava de forma dissimulada, utilizando de parlamentares laranjas para tomar
medidas que visavam o favorecimento pessoal do ex-presidente da câmara dos
deputados, que sempre apresentavam falsas justificativas de um pretenso
interesse público para legitimar os
atos de obstrução”, assinalam os procuradores da República.
atos de obstrução”, assinalam os procuradores da República.
“Todo esse conjunto de fatos
demonstram que estão presentes os fundamentos da prisão preventiva para a
conveniência da instrução processual”, cravam os procuradores.
Estadão
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