Carlos
Augusto Leba assumiu como novo chefe da Polícia Civil
na
quinta-feiraMárcio Mercante / Agência O Dia
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Durante sua posse, Carlos Leba
lembrou da morte de policiais
O delegado Carlos Augusto Leba
assumiu, nesta quinta-feira, o comando da Chefia de Polícia Civil. E chorou.
Leba se emocionou com a exibição de um vídeo sobre 29 policiais mortos entre
2014 e 2016. “Quem perde um companheiro em batalha, quem abraça uma vítima de
estupro ou vítima de morte violenta, quem já viu um corpo pútrido, já não é
mais o mesmo”, lamentou. Nesta quinta-feira, a lista de agentes mortos
aumentou, com o assassinato do policial civil aposentado Marco Antonio de
Oliveira e Silva. Ele foi morto a tiros, em Nova Iguaçu, em circunstâncias que
são investigadas pela Divisão de Homicídios (DH).
Carlos Leba defendeu maior
repressão à circulação de pistolas e fuzis. “Sem arma, sem crime violento”,
afirmou, garantindo que o objetivo principal de sua gestão será “como desarmar
os bandidos e descobrir de onde vem o senhor das armas”. Ele disse ainda que a
Segurança Pública, em última análise, “é aquela que se expressa no atendimento
à população, no cumprimento das ordens judiciais e requisições do Ministério
Público”. Disse também que “não é possível fazer Segurança Pública sem que a
população e os demais segmentos estejam encorpados nesse projeto”.
A posse coincidiu com a realização
de audiência pública na Alerj, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das
Mortes de Policiais, onde foram apresentados números dramáticos. Segundo a CPI,
114 policiais militares foram mortos e 556, feridos somente neste ano. A maior
parte das mortes de policiais ocorre fora de serviço, entre as 18h de
sexta-feira e as 16h de domingo, de acordo com o subsecretário de Educação,
Valorização e Prevenção da Seseg, Pehkx Jones. Segundo ele, até o final deste
ano, deverá ser lançado o Dossiê Vitimização Policial, com uma série de dados
acerca dos homicídios de profissionais de segurança. “A Polícia Militar conhece
um pouco melhor o fenômeno dessa vitimização. Nossa preocupação é atualizar.
Recentemente sugerimos ao secretário Roberto Sá a criação de um grupo de
trabalho e uma solução definitiva, que a gente crie um dossiê de vitimização
nos mesmos moldes de como foi criado, por exemplo, o dossiê da mulher”, disse.
O Chefe de Estado Maior da Polícia
Militar, comandante Lima Freire, que esteve na audiência, disse que política
hoje é voltada para prevenção. “A nova política de segurança, de 2007 para cá,
que é a redução de delitos gerando benefício financeiro para o PM, ajuda no
controle das mortes. Quanto mais o policial reduzir delitos como furto,
latrocínio, roubo de veículo, ele é premiado. Com esse novo tipo de sistema
iremos inverter essa lógica de policial morto”, garantiu.
Viúvas e órfãos da PM expõem
seu drama na Alerj
Parentes de policiais militares
mortos compareceram à audiência pública e, em seguida, realizaram ato, pedindo
auxílio do governo do estado. Viúvas, órfãos e esposas de policiais que ficaram
inválidos, expuseram seu sofrimento e abandono nas escadarias da Alerj. “Nós
éramos unha e carne, e hoje eu estou sozinha. Era eu e ele pra tudo”, recorda
Fabiana Almeida, viúva de Thiago Machado Costa, soldado do 12º BPM (Niterói),
morto no dia 6 de abril. Sem apoio da PM, ela conseguiu enterrar o marido
porque os colegas de farda fizeram ‘vaquinha’.
“Ele morreu como soldado e foi
promovido a sargento depois de morto, então tem uma diferença pequena na
pensão, coisa de R$ 200. Mas eu não consegui ainda dar entrada nessa pensão,
porque o batalhão não publicou ainda no Diário Oficial a morte do meu marido”,
desabafou Fabiana. Ela teve que se mudar após a morte do marido, porque foi
ameaçada por traficantes. “Hoje, pago aluguel".
O Dia
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