© Foto: Wilton Junior/Estadão |
Brasília - O presidente Michel Temer afirmou em seu primeiro discurso para
ministros do governo nesta tarde que não está viajando para a China "a
passeio" que a comitiva brasileira quer mostrar ao mundo que é um governo
legítimo. "A partir de hoje divulguem que nós estamos viajando exata e
precisamente para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade politica e
segurança jurídica", disse, durante discurso em sua primeira reunião
ministerial como efetivo.
O presidente recém-efetivado no
cargo dedicou grande parte de seu discurso para rebater as acusações de
petistas e apoiadores de Dilma de que o processo de impeachment teria sido um
golpe. Ele chegou a orientar seus ministros a responder as provocações, disse
que com o processo de afastamento de Dilma concluído seu governo não
vai "levar ofensa para casa". "E, no mais, contestar
a partir de agora essa coisa de golpista. Dizer: golpista é você, que está
contra a Constituição", afirmou.
O peemedebista afirmou ainda
que o principal objetivo da viagem é atrair recursos para o Brasil. "Vamos
fazer várias viagens ao exterior com esse objetivo", disse. Ele destacou
as agendas bilaterais previstas e disse ainda que durante o encontro do G-20,
fará quatro discursos, inclusive no almoço com os líderes.
Para o dia 3 de setembro, por
exemplo, já estão previstos encontros bilaterais com os primeiros ministros da
Espanha e Itália, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há também a
previsão de uma conversa com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), Roberto Azevêdo. A agenda principal na China, o encontro dos líderes do
G-20 em Hangzhou, está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.
Temer embarca hoje para a China.
Na Base Aérea de Brasília, será realizada a transmissão de cargo do presidente,
já efetivo, para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Desemprego. Ao abrir
sua primeira reunião ministerial Temer, disse que o combate ao desemprego deve
ser a principal missão de todos os ministros nos dois anos e quatro meses de
seu governo. Ele chamou os titulares das pastas a se reunirem com as bancadas
de seus partidos para buscarem a aprovação de medidas propostas pelo Executivo
e autorizou os ministros a falarem pelo governo.
"Gerar emprego é o primeiro
tema que deve ser levado em conta nas nossas decisões. Se há hoje um certo
amargor das pessoas nas ruas, é em função do desemprego. Quando começarmos a
gerar empregos, isso vai tirando esse amargor", afirmou. "Não será
fácil. Temos uma margem enorme de desempregados, de quase 12 milhões de
pessoas, uma cifra assustadora. Não há coisa mais indigna que o desemprego, que
fere o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana", completou.
Em seu primeiro discurso como
presidente efetivo, o peemedebista disse esperar que sua equipe de governo
consiga colocar o Brasil nos trilhos, para conseguir chegar ao fim do seu
mandato, em 31 de dezembro de 2018, "com o aplauso do povo
brasileiro". Ele ressaltou que, passada a interinidade, o governo
passa a ter uma nova posição.
"Enquanto interinos, nós
todos agimos como se fóssemos titulares efetivos, mas evidentemente a
interinidade sempre deixava certa preocupação sobre até onde poderíamos ir. O
fato é que nós fomos longe, depois de muita meditação sobre os temas que nos
chagaram às mesas", afirmou.
Temer elogiou a postura dos ministros
durante o governo interino e lembrou que governa por meio da descentralização
de ações, mas com centralização das decisões. "Todos os ministros tinham
agenda própria, mas despachavam comigo. Tudo foi bem feito e isso resultou na
efetivação de todos, na minha e dos senhores ministros." O presidente
disse que agora está sendo inaugurada uma fase com dois anos e quatro meses.
"A cobrança será muito maior sobre o governo", afirmou.
Estadão
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