Raul
Jungmann comentou prisão de grupo suspeito de planejar
atos terroristas para a Olimpíada no Rio
(Foto: Gabriel Barreira/ G1)
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Jungmann: 'amadorismo' e
'porralouquice' são características do grupo. Ministro afirmou ainda que
suspeitos são acompanhados sistematicamente.
O ministro da Defesa, Raul
Jungmann, comentou nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, a prisão de um
grupo que é suspeito de planejar atos terroristas durante a Olimpíada do Rio.
Ele afirmou que há outros grupos, mas que este passou da fronteira da
"conversação para o preparativo", e disse que se trata de um
"ato isolado".
Jungmann disse ainda que o grupo
já vinha sendo monitorado e que a organização dos presos é "de um
amadorismo, de uma porralouquice", pedindo desculpas pelo termo.
"Vocês chegaram a ver o vídeo
deles? Não sei se chegaram a ver. Mas é de um amadorismo, me perdoem o
linguajar um tanto vulgar, mas, de uma porralouquice. Porque, de fato, é um
grupo que não tem, digamos assim, nenhuma tradição, algo que você pudesse ter um
preparativo histórico, eram jovens", comentou.
O titular da Defesa, no entanto,
fez questão de ressaltar que os suspeitos já vinham sendo monitorados e que as
prisões se deveram ao fato de terem ultrapassado um limite.
"Nós já recebemos dados e
informações desse grupo há algum tempo, o último informe há dois dias. Havia e
há um acompanhamento sistemático desses grupos. O que aconteceu é que este
grupo, que vinha tendo uma relação através da internet, do [aplicativo]
Telegram, passou daquela linha de giz que nós não admitimos que ninguém passe:
eles começaram a fazer preparativos para um ato terrorista", relatou o
ministro, fazendo coro à afirmação do colega da Justiça, Alexandre de Moraes,
que falou em "atos preparatórios" do grupo.
Raul Jungmann explicou também que
agências de inteligência de outros países estão ajudando a monitorar possíveis
ameaças terroristas, em especial do Estado Islâmico (EI), e que até o momento
nenhum indício concreto foi encontrado.
"Nós não temos nenhuma
informação de que membros do Estado Islâmico se deslocaram para cá para fazer
qualquer tipo de atividade. E não só a nossa inteligência, mas a da França, dos
Estados Unidos, da Inglaterra, Israel e assim por diante. Fica claro que o meio
de contato são as redes sociais",
Jungmann reafirmou que a
informação de um plano para atentar contra a delegação francesa não é
verdadeira. O ministro admite que o mundo vive uma "histeria" em
relação ao terrorismo, mas destaca que o foco são os países centrais que
travaram uma guerra contra o Estado Islâmico.
Embora admita que o EI busque
propaganda e que os Jogos Olímpicos podem ser um alvo, ele afirmou que o
episódio da prisão deve servir como um alerta de que a segurança no Brasil tem
funcionado, mas que "seria ilegítimo dizer que não há uma
preocupação". Jungmann ponderou ainda que, apesar de o grupo ser amador,
"não poderia não ser preso", já que, graças à Lei Antiterror,
preparar atos de terrorismo configura crime.
Ainda segundo o titular da pasta
de Defesa, a investigação sobre os presos desta quinta-feira corre em segredo
de Justiça e o caso não foi informado antes porque seria como avisar ao grupo
que vinha sendo monitorado. "Em compensação, a partir do vazamento da
informação, o estado veio a público explicar o acontecimento", disse
Jungmann.
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