Tropas do
Exército fazem evento-teste de segurança para
os Jogos
Olímpicos Rio 2016 (Ricardo Moraes/Reuters)
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Conselho de Medicina do Rio
concluiu que, se acontecer um acidente com múltiplas vítimas durante os Jogos,
a rede de saúde não conseguirá atender todos
A 21 dias da Olimpíada, o Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) concluiu que, se
acontecer um acidente com múltiplas vítimas durante os Jogos, a rede carioca de
saúde pública não terá capacidade de atender todos. A constatação foi feita a
partir da fiscalização realizada pelos conselheiros entre os últimos dias 5 e
11 nos cinco hospitais designados como de referência para o atendimento de
emergência durante as competições, de 5 a 21 de agosto.
Durante as visitas, a equipe do
Cremerj verificou que todos os hospitais de referência – Souza Aguiar (Centro),
Salgado Filho (Méier, zona norte), Miguel Couto (Gávea, zona sul), Albert
Schweitzer (Realengo, zona oeste) e Lourenço Jorge (Barra da Tijuca, zona
oeste) estão superlotados e sem capacidade para receber mais pacientes.
O relatório parcial das vistorias
foi divulgado, nesta sexta-feira, 16. O documento será entregue na próxima
segunda-feira, 18, à Secretaria Municipal de Saúde. O presidente do Cremerj,
Pablo Vazquez, afirmou que o quadro é “preocupante”.
“Há uma superlotação, e as
vagas para leitos estão escassas. Há a necessidade, não quero pensar no pior,
em aumentar a estrutura de atendimento. Estou preocupado porque hoje há lotação
e na Olimpíada teremos mais de 1 milhão de visitantes. Ainda dá tempo”, disse.
Segundo Vazquez, outro fator que
preocupa é a redução de verbas para a saúde. “O Rio teria que investir pelo
menos 12% de seu orçamento na saúde. Tem investido 4%”, afirmou.
De acordo com o vice-presidente do
Cremerj, Nelson Nahon, a diferença entre o total do orçamento e o que foi
investido até agora representa menos R$ 370 milhões aplicados na saúde. “Teriam
que ser investidos R$ 400 milhões. Em junho, só foram investidos cerca de R$ 25
milhões. Os hospitais estão precários, faltam medicamentos e as equipes médicas
estão reduzidas”, disse.
Ainda segundo o conselho, há a
demanda diária de cem leitos para Centros de Tratamento Intensivo (CTI) de
pacientes em fila de espera. Outra medida criticada foi a solução apresentada
pela rede pública de, durante a Olimpíada, atender pacientes de média gravidade
em uma cantina desativada no Salgado Filho, caso haja acidente com muitas
vítimas. “Nos disseram que construirão leitos no local. Mas nos preocupa que é
um espaço aberto, ainda com os balcões da antiga cantina”, disse Nahon.
(Com Estadão Conteúdo)
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