O presidente
da Fiesp, Paulo Skaf, após reunião com
o
vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu
(Foto: Alexandro Martello/G1)
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Paulo Skaf disse que não tratou de
convite para eventual governo. Para ele, é possível cortar
desperdício sem prejudicar programas sociais.
O presidente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou neste domingo
(24), após reunião no Palácio do Jaburu, que o vice-presidente da República,
Michel Temer, não é a favor de aumentos de impostos.
"Ele ouviu atentamente a tudo
isso [propostas] e não é a favor de aumento de impostos", declarou Skaf,
na saída do encontro, em Brasília. Questionado se o vice concorda com a visão
da Fiesp, contrária à alta na carga tributária, ele respondeu:
"Concorda".
O G1 procurou a assessoria do
vice-presidente para comentar as declarações, mas não obteve contato até a
última atualização desta reportagem.
Questionado se Temer se
comprometeu a retirar a CPMF da pauta se vier a assumir o governo, em caso de
afastamento da presidente Dilma Rousseff no impeachment, Skaf disse que não
veio pegar "compromissos" do vice-presidente.
"Eu vim conversar com o
vice-presidente e tentar mostrar uma realidade que as empresas, que as pessoas,
estão passando. Há uma falta de total confiança no atual governo, na atual
presidente, e essa falta de confiança faz com que os investimentos parem, e faz
com que o consumo também pare, por insegurança do emprego. Tem que se
restabelecer a confiança no Brasil e, com confiança e credibilidade, a roda da
economia volta a andar", afirmou.
Acompanhado de outros diretores da
Fiesp, que apoia o impeachment de Dilma, Skaf levou ao vice uma proposta de
ajuste fiscal sem necessidade de aumento de tributos. Uma das medidas
defendidas, por exemplo, é o corte de ministérios no governo.
O presidente da Fiesp disse que há
formas de equilibrar as contas sem prejudicar programas sociais. "Há muito
desperdício, há muito gasto que pode ser evitado", afirmou. "Sem
dúvida, o governo pode fazer hoje o mesmo que todas as empresas estão fazendo:
procurando negociar bem as suas compras, renegociar algumas situações, de forma
a enquadrar suas despesas na capacidade das receitas", explicou.
Sem convite
Segundo Skaf, na reunião não houve
convite para fazer parte de um eventual governo, se a admissibilidade do
processo de impeachment de Dilma for acolhido também pelo Senado Federal. “Não
conversamos sobre isso”, declarou ele.
Ele disse ainda que Temer respeita
o processo de impeachment, lembrando que ele ainda não está concluído.
"Ele se reserva sempre, e
vamos aguardar a conclusão desse processo no Senado, mas é natural que,
considerando a aprovação na Câmara e o tempo para a possível aprovação no
Senado, que ele ouça ideias, projetos, propostas, converse com as pessoas
porque ele está preocupado com o momento brasileiro, com o emprego no Brasil,
com a saúde das empresas do Brasil”, acrescentou.
Filiado ao PMDB, Skaf também é
próximo de Temer, que nos últimos dias tem recebido conselheiros, economistas e
ex-ministros para deixar pronta uma equipe caso venha a assumir a Presidência,
se Dilma for afastada pelo Senado.
Economia
Um dos interlocutores mais
próximos de Temer no meio empresarial, Skaf, também filiado ao PMDB, chegou ao
Jaburu por volta das 11h. Na saída, afirmou que a conversa foi "boa",
e que tratou da preocupação da Fiesp com a economia.
"Essa situação de aumento de
desemprego, de fechamento de indústrias, de comércio, essa situação grave na
área econômica que muito preocupa. E também a nossa preocupação constante de
não para qualquer aumento de impostos, seja a CPMF, ou qualquer tipo de
impostos", disse a jornalistas.
"Você só tem uma forma de
aumentar a arrecadação, com a retomada do crescimento do país. E para retomar o
crescimento não é aumentando impostos. A solução não é aumentar impostos e
esfriar ainda mais a economia", declarou na saída do Jaburu.
Outras reuniões
Neste sábado (23), Temer recebeu
no Jaburu o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que, na saída do
encontro, elogiou o vice-presidente. Ele negou que tenha sido convidado para
assumir algum ministério num eventual governo Temer, mas afirmou que o
peemedebista tem uma visão "correta" sobre a atual situação
econômica.
Ao deixar o encontro, o presidente
interino do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que Temer está
conversando com vários economistas para poder dar uma resposta "rápida"
ao país, caso assuma a Presidência. Ele destacou, porém, que não foram feitos
convites para cargos ou ministérios.
Em São Paulo, na semana passada,
Temer se reuniu em seu escritório com com o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto.
G1
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