Sala
principal da Assembleia Nacional, em Caracas, na Venezuela
(@Miguel_Pizarro
e Fernando Llano/AP)
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Os novos
deputados tomam posse nesta terça-feira. O dia no país é de manifestações
contra e a favor do governo nas ruas, troca de acusações e com risco de
violência
Poucas horas antes da posse dos
novos deputados, a sala principal da Assembleia Nacional da Venezuela estava
limpa, sem quaisquer alegorias chavistas que antes "decoravam" o
Parlamento. Em uma foto divulgada no Twitter do deputado opositor eleito Miguel
Pizarro, além do ambiente limpo, republicano, é possível notar a ausência mais
ilustre: o quadro do caudilho Hugo Chávez foi retirado da parede que fica atrás
do púlpito da Assembleia.
A nova Assembleia Nacional da
Venezuela toma posse nesta terça-feira, agora dominada por opositores do
governo de Nicolás Maduro. Em vez de um cerimonial calmo, o dia no país é de
manifestações contra e a favor do governo nas ruas, troca de acusações de
ataques à democracia e com risco de violência. Pela primeira vez em 17 anos, os
rivais da autointitulada "revolução bolivariana" controlarão a
Assembleia Nacional. Os novos congressistas opositores prometem usar seu poder
para fazer grandes mudanças, enquanto a situação liderada por Maduro pretende
manter a firmeza e impedir qualquer retrocesso na "revolução"
iniciada por Hugo Chávez.
Na semana passada, o Tribunal
Supremo suspendeu a posse de três legisladores da oposição, em resposta a um
pedido de partidários dos socialistas, que acusaram a oposição de manipular as
eleições legislativas de 6 de dezembro. A decisão poderia eliminar a maioria de
dois terços da oposição, necessária para tomar decisões importantes, como a
destituição de altos funcionários ou realizar uma reforma constitucional.
O novo presidente do Congresso,
Henry Ramos Allup, reiterou na segunda-feira a promessa de tomar o juramento de
todos os legisladores e disse que Maduro deveria avaliar a possibilidade de
renunciar para salvar a Venezuela de uma crise política. Ramos Allup é um
político experiente, que começou a carreira antes da era de Chávez. A Venezuela
é muito dependente do petróleo, que está em queda livre nos mercados
internacionais. O país sofre com a inflação de três dígitos e a recessão
econômica mais profunda do mundo.
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