O número de países com circulação
do vírus zika dobrou em um mês e meio, de acordo com alerta divulgado nesta
segunda-feira, 18, pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Agora, de
acordo com o mais recente comunicado, são 18 os países e territórios das
Américas com casos autóctones – transmissão local – do vírus.
Diante do avanço da infecção, do
aumento de casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré, duas doenças
relacionadas ao zika, a entidade recomenda que países-membros ampliem a
capacidade de resposta de seus serviços de saúde, sobretudo para atendimento de
síndromes neurológicas e de pacientes nos primeiros dias de vida. O documento
reforça a necessidade de que sejam mantidos os esforços para reduzir a presença
do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
O Brasil declarou em novembro
emergência sanitária nacional em razão do aumento de casos de bebês com
microcefalia, uma doença até então rara. O surto foi identificado no Nordeste e
aconteceu meses depois de a região ter enfrentado um aumento de casos de zika.
Pesquisadores fizeram a associação
com a infecção durante o período da gestação. Em oito exames realizados em
bebês com microcefalia que morreram logo depois do nascimento e em fetos com
diagnóstico da má-formação, foi identificada a presença do vírus – algo que
reforça a hipótese de transmissão durante a gestação.
Embora evitem afirmar de forma
categórica que a infecção pelo zika provoca a microcefalia, autoridades
sanitárias emitem claros sinais de que não restam dúvidas sobre a associação.
Diante dos dados, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC)
recomendou que gestantes americanas evitem visitar países com circulação do
vírus.
Síndrome. Segundo o
relatório, há também aumento significativo de casos da síndrome Guillain-Barré,
doença autoimune, que provoca paralisia progressiva. O processo se inicia pelos
membros inferiores e migra para os superiores. Os sintomas regridem depois de
meses, mas boa parte dos pacientes precisa ficar internada. A doença geralmente
acontece depois de uma infecção provocada por vírus ou bactéria.
Chama a atenção o aumento do
número de casos em pacientes que apresentaram sintomas semelhantes aos do vírus
zika (febre, coceira e manchas pelo corpo). O relatório cita como exemplo El
Salvador. A média anual é de 14 casos por mês. Em dezembro, essa marca já havia
subido para 46 casos, com duas mortes.
O Brasil também é mencionado. Em
42 pacientes com a síndrome, 26 (ou 62%) haviam apresentado sintomas
semelhantes aos de zika. A Opas cita como exemplo um estudo, cujo resultado foi
antecipado pelo Estado, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, de Pernambuco,
que identificou a presença do vírus em amostras coletadas dos pacientes.
O relatório da Opas reforça a
necessidade de se ampliar a vigilância, com monitoramento de novos casos de
síndromes neurológicas e anomalias congênitas. A vigilância não deve se resumir
à síndrome de Guillain-Barré. É preciso ficar atento também à Síndrome de
Fischer, encefalites e meningites.
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