Promotor do MP diz que grupo
atuava para campanha política de vereador. Segundo as investigações, quadrilha arrecadava R$ 27 milhões por ano.
A Polícia Civil descobriu que o
grupo que operava a "Máfia dos Táxis", em Niterói, na Região
Metropolitana do Rio, também subornava policiais militares para que os taxistas
clandestinos, que atuavam na Estação das Barcas, no Centro da cidade, não
fossem incomodados. Gravações exibidas pelo RJTV mostram que os dois
funcionários presos na operação nesta quinta-feira (26) atuavam dentro da prefeitura
de Niterói. Em um dos dialógos, o funcionário Alexandre Soares Schroeder,
conhecido como Alex, explica como funciona o apoio de policiais militares ao
esquema.
Alex - Arrumei o cara bom pra
parar de sufocar aquela p... lá nas Barcas.
Homem - P... Valeu! Valeu! Caramba! Show de Bola!
Alex - Só que vai ter que perder um negocinho pra ele. É o tenente da área. O cara que manda na p... toda! (...) Fecha um negócio direito com o cara lá por semana e tal. (...)
Homem - Mas é o seguinte... pra parar no terminal?
Alex - Pra parar no terminal, filho
Homem - P... Valeu! Valeu! Caramba! Show de Bola!
Alex - Só que vai ter que perder um negocinho pra ele. É o tenente da área. O cara que manda na p... toda! (...) Fecha um negócio direito com o cara lá por semana e tal. (...)
Homem - Mas é o seguinte... pra parar no terminal?
Alex - Pra parar no terminal, filho
A operação Bandeira Preta, da
Polícia Civil e de promotores do Ministério Público, prendeu 19
pessoas suspeitas de falsificar permissões de taxistas. Entre os presos estão
os dois funcionários da prefeitura que já foram suspensos e vão responder a
processo administrativo. De acordo com a investigação, o faturamento estimado
da fraude, somente com os valores das diárias, era de R$ 27 milhões por ano.
Sobre a denúncia de participação
de militares, conforme mostram as gravações, a Polícia Militar declarou que não
foi notificada sobre as denúncias envolvendo PMs na máfia dos táxis.
Campanhas políticas
Segundo os promotores, o esquema financiava campanhas políticas no município. Na denúncia, o MP afirma que a investigação encontrou indícios de que o grupo tem sustentação política do vereador Luiz Carlos Gallo, do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que está em seu sexto mandato.
Segundo os promotores, o esquema financiava campanhas políticas no município. Na denúncia, o MP afirma que a investigação encontrou indícios de que o grupo tem sustentação política do vereador Luiz Carlos Gallo, do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que está em seu sexto mandato.
" Disso nós não temos
dúvidas. As investigações e temos depoimentos também nesse sentido determinava,
dizia que parte do dinheiro arrecadado com o esquema ia para financiar
campanhas políticas. Isso vai ser melhor detalhado agora que conseguimos
desmantelar a organização e a investigação prossegue quanto a isso, mas tinha
um componente até pela necessidade deles terem apoio político pra se manterem
nos cargos e permanecerem a frente da organização criminosa", explicou o
promotor responsável pela investigação.
Por telefone, o vereador do Pros
disse ao RJTV, que repudia qualquer acusação envolvendo o nome dele e está à
disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. Sobre a denúncia de
participação de militares, conforme mostram as gravações, a PM declarou que não
foi notificada sobre as denúncias envolvendo policiais militares.
Recadastramento
Após a denúncia, a prefeitura de Niterói anunciou que todos os taxistas vão ter que se recadastrar. A ação tinha como objetivo cumprir 24 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão em Niterói, São Gonçalo e no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações o grupo foi responsável por 600 táxis piratas no município.
Após a denúncia, a prefeitura de Niterói anunciou que todos os taxistas vão ter que se recadastrar. A ação tinha como objetivo cumprir 24 mandados de prisão e 52 de busca e apreensão em Niterói, São Gonçalo e no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações o grupo foi responsável por 600 táxis piratas no município.
Segundo o delegado Luis Augusto
Braga, a quadrilha presa nesta quinta multiplicava os carros piratas pela
cidade. "Estima-se que eles tenham alcançado por diversas provas que
coletamos cerca de 600 táxis rodando no município. Eles tinham a pretensão
também por diversas provas testemunhais e outros tipos de evidência que eles
pretendiam alcançar o patamar de mil táxis piratas".
A quadrilha revendia autonomias
suspensas depois que o titular morria. Eles também fraudavam e copiavam
autonomias de táxis legalizados. Os investigadores disseram que o mesmo
documento era usado por até cinco piratas.
Levantamento dos investigadores
apontam que cada pessoa pagava R$ 5 mil só pra entrar no esquema. Os piratas
também tinham que pagar R$ 150 por dia. O que rendia R$ 4.500 por mês ao grupo.
Além disso, cada taxista pirata era obrigado a desembolsar R$ 650 por mês para
não ter o carro fiscalizado, nem parado em blitz.
Os dois funcionários presos
são funcionários da subsecretaria de Transportes, O prédio onde eles
trabalhavam recebeu o nome Adhemar José Melo Reis, subsecretário assassinado no
início de 2010 - quando tentava frear a atuação dos criminosos.
" Todo esse trabalho teve
início a partir da morte do subsecretário de transportes de Niterói que com
objetivo de exercer fiscalização sobre essa atividade clandestina acabou sendo
brutalmente assassinado e esse homicídio gerou uma condenação criminal. O autor
foi identificado. Condenado. E na sentença condenatória foi reconhecida a máfia
dos taxis. Foi esclarecido que o homicídio foi praticado devido a repressão que
ele passou a exercer nesse grupo", disse o delegado Alexandre Herdy
O subsecretário de Transportes,
Leonardo Nigromonte, disse nesta quinta que será aberto um um processo
administrativo disciplinar para investigar a conduta dos dois. Se condenados,
serão exonerados da função do serviço publico municipal.
" A prefeitura reitera seu
apoio irrestrito às investigações do Ministério Público colaborando com toda
sorte de documentos necessários para que a verdade dos fatos seja apurada, os
culpados sejam punidos e que por fim possa haver uma melhoria na qualidade de
serviços públicos de Niterói", afirmou o procurador-geral de Niterói,
Carlos Raposo.
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