Desenhos são frutos de pesquisa e
entrevista com familiares.
Um inspetor da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), na Cidade da
Polícia, no Rio, ajuda a minimizar a dor de pais que têm filhos desaparecidos.
Carlos Valadão, que está na Secretaria de Segurança há 28 anos, é artista
plástico e transforma fotos de crianças e adolescentes que sumiram para mostrar
como estariam hoje em dia.
Como todo policial, ele tem as
armas dele, mas no lugar de revólveres e pistolas usa o computador e um programa
de edição de imagens. O inspetor da Polícia Civil é mais do que um policial:
formado em belas artes, acabou virando um artista forense, ou seja, usa a arte
para desvendar crimes.
“A princípio a gente faz uma
coleta de imagens e de fotos junto ao familiar. É feita uma entrevista na qual
a gente capta através desse membro da família, os modos dela, algum vício, uma
forma de se comportar e até de pentear o cabelo”, afirmou Carlos Valadão.
Os desenhos não são fruto da
imaginação do policial-artista. Eles são um um verdadeiro trabalho de
investigação. “Eu investigo essas pistas. Eu não sou investigador de outras
pistas e sim da pista da imagem. Eu busco a imagem, eu vou atrás dessa imagem”,
afirmou o artista.
Este trabalho começou há quatro
meses e o foco inicial é um grupo de 16 meninas e adolescentes que sumiram
misteriosamente, casos considerados enigmáticos pela polícia e ainda não
desvendados.
“O que a gente vê é que uma
veiculação de uma imagem de uma criança que desapareceu com dez anos, a dez
anos atrás e não corresponde em nada como ela estaria hoje”, disse a delegada
Elen Souto.
“Essas imagens serão veiculadas no
site da Interpol, na aba desaparecidos/missing, elas vão ser veiculadas nas
agências de inteligência desses principais países que são rotas de tráfico de
pessoas: Espanha, Holanda, Portugal, Itália e Suiça”, contou a delegada.
'Ausência dolorosa'
Lenivanda de Jesus é uma das mães que convive com uma dolorosa ausência em casa. A filha Gisela Andrade de Jesus tinha 8 anos quando sumiu em 2010.
Lenivanda de Jesus é uma das mães que convive com uma dolorosa ausência em casa. A filha Gisela Andrade de Jesus tinha 8 anos quando sumiu em 2010.
“Nossa, quando eu vi essa imagem,
pra mim foi tudo, porque pra mim, eu tenho a imagem dela pequena ainda. Na
minha mente e no meu coração eu tenho a imagem dela pequena, com 8 anos. Eu
peço ajuda de quem está vendo que ligue, dê informação, porque é difícil, não
só pra mim, como todas as mães que estão sem seus filhos. Muito difícil. Não
vou dizer pra você ‘já acostumei’. Não acostumei, não. Não, não, sem filha não.
Não acostumo nunca”, relatou Lenivanda de Jesus.
Quem tiver informações sobre
desaparecidos pode ligar para o plantão da Delegacia de Descoberta de
Paradeiros ou para o Disque-Denúncia pelo telefone 2253-1177.
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