Presidente
Nicolas Maduro faz discurso em cerimônia
neste sábado
(28) (Foto: AFP Photo/Federico Parra)
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Presidente
venezuelano disse que gravação foi feita por 'patriota'.
O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou nesta terça-feira (3) a gravação de áudio
de uma suposta proclamação de golpe de Estado, que teria sido desarticulado
pelas autoridades, na qual um dos responsáveis pede sua renúncia. O documento,
segundo ele, foi entregue por escrito por uma funcionária dos Estados Unidos
aos "conspiradores" em Caracas.
Maduro disse
que o áudio foi gravado por um "patriota voluntário", membro da Força
Armada Nacional Bolivariana (Fanb), que manteve uma conversa via Skype com
Carlos Osuna Saraco, um "golpista" que vive nos EUA, segundo Maduro.
O chefe do
Executivo afirmou em seu programa semanal de rádio e televisão que esta
proclamação foi lida de Nova York e que se esperava que fosse divulgada na
televisão através do canal americano "CNN en Español" no momento em
que o levantamento estivesse em curso.
O chefe do
Executivo e vários dirigentes do alto escalão do Partido Socialista Unido da
Venezuela (PSUV) vêm divulgando nos últimos dias as provas de um suposto golpe
de Estado organizado nos Estados Unidos, que contaria com o envolvimento de
opositores e que contemplaria o assassinato de Maduro através de um ataque
aéreo no dia 12 de fevereiro.
Osuna Saraco
foi acusado na semana passada de manter conversas telefônicas com o prefeito de
Caracas, Antonio Ledezma, que está preso acusado de conspiração, pois o governo
afirma que ele está envolvido nesta suposta tentativa de golpe.
"Este
senhor vive em Nova York. Vamos solicitar judicialmente ao governo dos EUA este
senhor e todos os outros conspiradores", anunciou o presidente
venezuelano.
"Se o
senhor quer realmente fazer um gesto positivo com a América Latina e o Caribe
antes da Cúpula (das Américas), no Panamá, me entregue os golpistas que estão
nos EUA", exigiu Maduro ao presidente americano, Barack Obama.
No áudio,
gravado no dia 7 de janeiro segundo Maduro, pode-se ouvir um homem,
supostamente Osuna Saraco, qualificar o presidente venezuelano de 'espúrio e
ilegal' e rejeitar uma suposta "ingerência estrangeira" dentro da
Fanb.
"Pedimos
aos membros do alto comando militar que se coloquem do lado correto da
história, que é o da defesa da Constituição, se incorporando de maneira
imediata a este movimento", diz a gravação.
A proclamação
pede que o movimento "assuma o controle" de diversas instalações
militares e ministérios em Caracas e acusa o Executivo de "não ser apenas
mais um mau governo, mas um grupo minoritário que abertamente afirma, com
descaramento, que só eles governarão".
Maduro
apresentou também um texto intitulado "Medidas imediatas do governo de
transição democrática e união nacional. Plano de 100 dias", um documento,
disse, "apreendido junto aos violentos que estão presos" e que não
veio a público.
"Como
isso, temos muitas provas. Isso é um projeto democrático,
constitucional?", questionou.
Maduro se
dirigiu a Obama para exigir que "abandone seus planos de intervencionismo
na Venezuela".
"Suas
mensagens são um incentivo para a loucura dos violentos", afirmou.
As relações
entre Venezuela e Estados Unidos passam por um de seus momentos mais baixos
desde a retirada de embaixadores em 2010, quando Hugo Chávez ainda era o
presidente do país caribenho.
No último fim
de semana, Maduro ordenou, entre outras coisas, a redução do corpo diplomático
da embaixada dos EUA em Caracas para níveis similares aos da missão venezuelana
em Washington, que conta com 17 funcionários. A porta-voz adjunta do
Departamento de Estado, Marie Harf, disse hoje que os EUA responderão a essa
solicitação pela "via diplomática".
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