Segundo imprensa local, execução de Gularte
deveria ocorrer ainda neste mês (Foto:
AFP)
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Paranaense Rodrigo Gularte está na
fila da morte e deveria ser executado em fevereiro; família quer transferência
dele para hospital psiquiátrico.
A Indonésia adiou a execução de
prisioneiros, inclusive do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, prevista para
este mês, alegando que a prisão onde as sentenças de morte seriam cumpridas não
está pronta.
Rodrigo, de 42 anos, está preso
desde julho de 2004, após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína
escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte no ano seguinte.
O porta-voz do procurador-geral da
Indonésia, Tony Spontana, disse à BBC que "está quase certo" que as
execuções não serão realizadas neste mês, mas não anunciou quando elas irão
ocorrer. As penas de morte por fuzilamento são realizadas na ilha de
Nusakambangan e, segundo ele, os preparativos se atrasaram.
A família de Rodrigo, no entanto,
tenta impedir que ele seja executado, solicitando a transferência do brasileiro
para um hospital psiquiátrico, após um médico do governo indonésio tê-lo
diagnosticado com esquizofrenia.
A família espera que o diretor do
presídio onde Rodrigo é mantido assine o laudo médico na quarta-feira. O
documento, então, deverá ser enviado ao procurador-geral da Indonésia, que
poderá solicitar a transferência do brasileiro para umk hospital, disse à BBC
Brasil Angelita Muxfeldt, prima de Rodrigo, que está na Indonésia.
Este é o último recurso para
evitar a morte de Rodrigo, já que seus dois pedidos de clemência foram negados
e, segundo a família, a lei indonésia proíbe a morte de um prisioneiro que não
esteja em plenas condições mentais. Na Indonésia, a execução é por fuzilamento.
"A pressão está fazendo
efeito", disse ela, por telefone. "Ele realmente está doente e
precisa de tratamento, não estamos inventando".
A mãe de Rodrigo, Clarisse
Gularte, esteve com ele na prisão nesta terça-feira. Segundo Angelita, Rodrigo
teve "conversas desconexas e falava nada com nada".
"O mundo dele é outro, a
realidade dele é outra. Não adianta falar (com ele). Ele não acredita em
nada", disse ela.
No mês passado, outro brasileiro
condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia - o carioca Marco Archer
Cardoso Moreira, de 53 anos - foi executado com outros cinco prisioneiros,
apesar do pedido por clemência feito pela presidente Dilma Rousseff.
O presidente indonésio, Joko
Widodo, se elegeu no ano passado após prometer rigor no combate ao crime e que
negaria pedidos de clemência. O governo tem defendido o direito de usar a pena
de morte para enfrentar o que chama de situação de emergência causada pelo
tráfico de drogas.
O adiamento também beneficia
outros prisioneiros, inclusive dois australianos - Myuran Sukumaran e Andrew
Chan - condenados à morte em 2006 por liderar um grupo de tráfico de drogas
conhecido como "Os Nove de Bali". Eles são mantidos em Bali e ainda
têm que ser transferidos para Nusakambangan.
Mais cedo, o procurador-geral H.M.
Prasetyo disse que a transferência dos australianos havia sido adiada para que
eles pudessem passar mais tempo com seus familiares.
Fonte: G1
* Colaborou Alice Budisatrijo, da
BBC em Jacarta
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