Alberto Nisman teria afirmado que temia pela própria vida
(Reuters)
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Algumas
autoridades já afastaram a teoria de que morte foi suicídio
O relatório da
perícia policial sobre a misteriosa morte de Alberto Nisman, promotor que
denunciou o suposto envolvimento do governo no atentado contra um centro
judaico de Buenos Aires em 1994, atestou que não foi encontrado vestígios de
pólvora nas mãos do promotor.
Viviana Fei,
membro da Fiscalia Nacional — similar ao Ministério Público — que investiga a
morte de Nisman, confirmou na manhã desta terça-feira (20) que não foi
encontrada pólvora nas mãos do promotor.
— Recebemos o
resultado das amostras das mãos de Nisman. Deu negativo.
Alberto Nisman
foi encontrado morto em sua casa no domingo (18), inicialmente as autoridades
afirmaram se tratar de um suicídio. Mas a inexistência de qualquer carta de
despedida e a confirmação da ausência de pólvora nas mãos do promotor
aumentaram a força da teoria de que Nisman pode ter sido assassinado.
O promotor iria
depor na segunda-feira (19) no Congresso argentino, onde daria esclarecimentos
sobre o envolvimento de membros do governo na tentativa de acobertar conexões
entre o atentado contra a Amia (Associação Mutual Israelita
Argentina) em 1994 com autoridades iranianas e o grupo Hezbollah.
Cristina
Kirchner
A presidente
da Argentina, Cristina Kirchner, denunciou nesta segunda-feira a
existência de uma história "muito sórdida e cheia de dúvidas" após a
morte de Alberto Nisman e defendeu as tentativas de seu governo para
esclarecer o atentado contra a associação mutual israelita Amia, em 1994, em
sua primeira reação após a morte do promotor.
"No caso
do suicídio do promotor responsável pelo caso Amia, Alberto Nisman, não só há
estupor e dúvidas, mas uma história longa demais, pesada demais, dura demais e,
sobretudo, muito sórdida. A tragédia do maior atentado terrorista que aconteceu
na Argentina", afirmou a presidente.
Cristina, em
uma extensa carta publicada em sua página do Facebook, também denunciou
tentativas de "ludibriar, esconder e confundir" o caso do atentado
contra a Amia, e investiu contra os serviços de Inteligência e a imprensa
opositora.
À espera do julgamento por acobertamento do atentado, promovido por Nisman contra o ex-presidente Carlos Menem, o ex-juiz do causa Amia e ex-responsáveis dos serviços de Inteligência, a presidente denunciou o papel dos agentes no primeiro julgamento sobre a tragédia.
"Naquele julgamento desapareceram fitas cassete que provariam que a Side (Secretaria de Inteligência do Estado) tinha conhecimento de que um atentado estava sendo preparado, agora aparecem fitas com gravações de personagens publicamente simpáticos ao Irã, pessoas das quais sequer é necessário 'grampear' um telefone para saber o que fazem ou o que pensam", acrescentou.
"Hoje, mais do que nunca, não se deve permitir que, mais uma vez, se tente fazer com o julgamento de acobertamento o mesmo que foi feito com a causa principal. Os autores do atentado serão descobertos quando se souber quem os acobertou", insistiu.
"De maneira curiosa e sugestiva", disse Cristina, se tenta transformar o governo "que mais fez para tentar esclarecer o atentado" em "acobertadores por tentar fazer com os acusados iranianos sejam interrogados mediante um tratado internacional aprovado por lei no Congresso", prosseguiu, em alusão ao acordo alcançado com o Irã em janeiro de 2013.
"Para mim é demais. Não se pode violar a lei com a aprovação do Congresso. Não se pode violar a lei quando o que se quer é que os acusados sejam interrogados, sobretudo, porque esta é a única maneira de fazer a causa avançar, após a estagnação e o retrocesso de quase 21 anos", opinou.
À espera do julgamento por acobertamento do atentado, promovido por Nisman contra o ex-presidente Carlos Menem, o ex-juiz do causa Amia e ex-responsáveis dos serviços de Inteligência, a presidente denunciou o papel dos agentes no primeiro julgamento sobre a tragédia.
"Naquele julgamento desapareceram fitas cassete que provariam que a Side (Secretaria de Inteligência do Estado) tinha conhecimento de que um atentado estava sendo preparado, agora aparecem fitas com gravações de personagens publicamente simpáticos ao Irã, pessoas das quais sequer é necessário 'grampear' um telefone para saber o que fazem ou o que pensam", acrescentou.
"Hoje, mais do que nunca, não se deve permitir que, mais uma vez, se tente fazer com o julgamento de acobertamento o mesmo que foi feito com a causa principal. Os autores do atentado serão descobertos quando se souber quem os acobertou", insistiu.
"De maneira curiosa e sugestiva", disse Cristina, se tenta transformar o governo "que mais fez para tentar esclarecer o atentado" em "acobertadores por tentar fazer com os acusados iranianos sejam interrogados mediante um tratado internacional aprovado por lei no Congresso", prosseguiu, em alusão ao acordo alcançado com o Irã em janeiro de 2013.
"Para mim é demais. Não se pode violar a lei com a aprovação do Congresso. Não se pode violar a lei quando o que se quer é que os acusados sejam interrogados, sobretudo, porque esta é a única maneira de fazer a causa avançar, após a estagnação e o retrocesso de quase 21 anos", opinou.
A presidente
também coloca uma longa série de dúvidas sobre as circunstâncias em torno da
morte de Nisman, entre elas, questionou por que o promotor solicitaria uma arma
— que utilizou para atirar em si mesmo — a um de seus colaboradores, alegando
defesa pessoal, quando dispunha de dez policiais para sua segurança e vivia em
um edifício com vigilância privada.
— Acho que nós argentinos não merecemos ser tão subestimados em nossa inteligência e muito menos quando 85 vítimas e seus familiares ainda esperam por justiça após 21 anos.
Nisman, de 51 anos e que estava à frente da Promotoria Especial de Investigação do Atentado à Amia desde 2004, tinha afirmado que tinha provas que demonstravam que, tal como apontava a investigação e a comunidade judaica, o Irã e o Hezbollah estiveram por trás do planejamento e da execução desse ataque.
O promotor denunciou Cristina e vários de seus colaboradores na semana passada pela assinatura de um acordo com o Irã, que supostamente acobertaria alguns dos principais acusados do atentado contra a instituição israelita.
— Acho que nós argentinos não merecemos ser tão subestimados em nossa inteligência e muito menos quando 85 vítimas e seus familiares ainda esperam por justiça após 21 anos.
Nisman, de 51 anos e que estava à frente da Promotoria Especial de Investigação do Atentado à Amia desde 2004, tinha afirmado que tinha provas que demonstravam que, tal como apontava a investigação e a comunidade judaica, o Irã e o Hezbollah estiveram por trás do planejamento e da execução desse ataque.
O promotor denunciou Cristina e vários de seus colaboradores na semana passada pela assinatura de um acordo com o Irã, que supostamente acobertaria alguns dos principais acusados do atentado contra a instituição israelita.
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