Jovens se revoltaram e atacaram
equipe médica que colocava uma senhora em quarentena
A crise do ebola em Serra Leoa
gerou protestos generalizados no país nesta terça-feira (21). Irritados com a
falta de locais e condições de tratamento para a epidemia, os leoneses foram às
ruas e começaram um quebra-quebra no distrito de Kono, no leste do país.
Segundo o correspondente da BBC em
Serra Leoa, a confusão começou quando uma equipe médica tentou tirar uma
senhora de 90 anos de idade de sua casa para colocá-la em quarentena — ela era
suspeita de estar infectada com ebola. O filho da mulher começou a atirar
pedras nos médicos e, depois disso, as pessoas da cidade aderiram ao protesto e
começaram o quebra-quebra.
A polícia, então, abriu fogo
contra os manifestantes e tentou conter a revolta impondo um toque de recolher.
A equipe médica rapidamente fugiu do local e foi para um hospital próximo.
Serra Leoa é um dos países mais
afetados pela epidemia do ebola no oeste da África. No total, o vírus já matou
mais de 4.500 pessoas.
Tratamento
Um novo tratamento para combater o
ebola feito a partir do sangue de pessoas que conseguiram sobreviver à doença
ficará disponível nas próximas semanas nos países africanos afetados pela
epidemia, segundo a OMS.
O serum (nome do tratamento) é
feito a partir de uma amostra do sangue de pacientes que conseguiram se curar
do ebola — o sangue de quem sobreviveu ao vírus contém anticorpos capazes de
combatê-lo, e a ideia é usar esses anticorpos em outros pacientes que ainda
estão lutando contra a doença.
A representante da OMS, Marie
Paule Kieny, confirmou em Genebra que esse tripo de tratamento chegará à África
em breve e também disse que houve avanços no desenvolvimento da vacina e de
outros remédios contra o ebola. A expectativa é de que eles estejam disponíveis
para uso em janeiro de 2015.
Segurança
Na tentativa de conter a epidemia
do ebola, os Estados Unidos estão aumentando ainda mais as restrições de
segurança a todos os passageiros que chegam de algum dos três países africanos
mais afetados pelo surto — Serra Leoa, Libéria e Guiné.
A partir de quarta, todos os
passageiros que saírem de um desses três países terão que entrar nos Estados
Unidos apenas por um dos cinco aeroportos designados (JFK ou Newark em Nova
York, Washington Dulles, Atlanta ou Chicago) onde eles serão submetidos a
vários testes e procedimentos para identificar o ebola.
As novas medidas surgiram como
consequência de uma preocupação maior dos Estados Unidos em combater o vírus,
que já infectou três pessoas no país — uma delas morreu.
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