Em mais um dia de greve da PM, lojas e mercados são saqueados na Bahia | Rio das Ostras Jornal

Em mais um dia de greve da PM, lojas e mercados são saqueados na Bahia

Nesta quinta-feira, uma loja de eletrodomésticos foi invadida com um carro.
Governo afirma que não pode assumir valor de pedidos dos policiais.

Após mais um dia de greve da Polícia Militar na Bahia, saques e arrombamentos foram registrados na madrugada desta quinta-feira (17).  A paralisação da PM começou na terça-feira (15). Em assembleia na noite de quarta (16), as asssociações decidiram manter a greve. Por meio de nota, o Governo da Bahia afirmou que as reivindicações das associações de policiais militares grevistas "ultrapassam o limite orçamentário do Estado".

Na madrugada desta quinta, uma loja de eletrodomésticos foi invadida no bairro da Calçada, na Cidade Baixa, em Salvador. Segundo informações da polícia, um grupo de homens entrou no estabelecimento com um carro e roubou diversos produtos da loja. Em seguida, os homens abandonaram o veículo no local. Já por volta das 5h desta quinta-feira, um supermercado da rede Cesta do Povo foi arrombado no bairro da Fazenda Grande I. De acordo com a polícia, ao deixar o local, um grupo ateou fogo no estabelecimento.

No bairro de Cosme de Farias, na noite de quarta-feira, um mercado local foi arrombado por moradores da região. O estabelecimento foi completamente saqueado pelo grupo.
Ainda na noite de quarta, outros quatro estabelecimentos foram arrombados e saqueados em Salvador. Três deles estão localizados no bairro de Brotas. No supermercado Bompreço, saqueadores levaram diversos produtos, quebraram objetos e sujaram todo o local. Já em Camaçari, região metropolitana de Salvador, um caixa eletrônico foi explodido por um grupo de homens.

Ainda no mesmo bairro, só que nas Lojas Americanas, um carro foi utilizado para arrombar a porta do estabelecimento, que também foi saqueado. Os militares do exército foram até o local, mas não encontraram os assaltantes.

Já no Vale do Ogunjá, também em Brotas, o assalto foi realizado no supermercado GBarbosa. Seis homens foram presos pela Polícia de Choque (PM) durante a ação. No supermercado Bompreço, localizado na Avenida Garibaldi, produtos também foram levados após o arrombamento do local.

Homicídios

Um balanço do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aponta que 19 pessoas foram assassinadas em Salvador e região metropolitana de 19h de terça-feira (15) até as 19h de quarta (16), período que coincide com o primeiro dia de
 paralisação de policiais militares na Bahia.

Nos bairros Fazenda Grande II e Paripe, na capital, foram registrados casos de duplo homicídio. Na segunda-feira (14), quando ainda não tinha greve, foram registrados seis homicídos.

A Polícia Civil vai investigar se o aumento do número de ocorrências se deve à diminuição do efetivo de policiamento nas ruas.

Ainda em Salvador, pelo menos 50 pessoas foram presas por envolvimento em saques, arrastões e arrombamentos na capital baiana.

Já em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, mas com quase cinco vezes menos o número de habitantes da capital, ocorreram 15 homicídios, dois latrocínios [roubo seguido de morte], e quatro autos de resistência, quando há mortes em confronto com a polícia, o que totaliza 21 óbitos. A quantidade de homicídios em todo o estado não foi repassada pela SSP-BA.

Reforço na segurança

As tropas do Exército iniciaram ações de patrulhamento em Salvador nesta quarta-feira com 350 agentes. A segurança do estado vai ser reforçada com efetivo militar enquanto permanecer a situação de greve.

Ao todo, foram destinados 8 mil militares, 150 viaturas e aeronaves da FAB e do Exército durante a "Operação Bahia II", que acontece nas principais cidades do estado. Além do Exército, 85 viaturas, com 202 policiais da corporação, estão em atividade.

As tropas que atuam em Salvador já estão na orla, na Avenida Paralela, na região do Iguatemi e nos bairros do Cabula e Pernambués. Em Lauro de Freitas, região metropolitana, quem vai atuar é a Força Nacional.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, as tropas federais deslocadas à Bahia vão ser distribuídas em diversos municípios. Feira de Santana, Vitória da Conquista e Juazeiro, além de Salvador, também vivem mobilização da Polícia Militar. Cardozo aponta que as tropas são compostas por policiais militares, civis, bombeiros e peritos. A presidente Dilma autorizou o emprego das Forças Armadas na segurança pública por conta da diminuição do efetivo de PM nas cidades.

“As reivindicações podem ser legítimas, podem ser justas. Agora, quando se colocam contra a sociedade, contra o interesse público, trazendo insegurança e um clima social perverso, não podem ser tidas como legítimas. (...) O Estado brasileiro não aceita que situações desse tipo se coloquem. A sociedade não pode aceitar que pessoas remuneradas pelos cofres públicos ajam dessa maneira”, completou.

Impasse

O
 governo afirmou que as reivindicações das associações de policiais grevistas "ultrapassam o limite orçamentário do Estado". O reajuste nas Condições Especiais de Trabalho (CET) é o principal ponto de divergência entre policiais grevistas e governo do estado, que tentam negociar a finalização do movimento iniciado na Bahia, há um dia, nesta quarta-feira (16), segundo informa Marco Prisco, vereador filiado pelo PSDB que lidera o movimento.

"A questão remuneratória o governo não avançou. Queremos 90% para motorista e 80% para os policiais. Pode ter uma variação nisso sim. Agora é com o governo", diz. Prisco participa de nova reunião, na noite desta quarta-feira, com deputados estaduais, na Assembleia Legislativa e, em seguida, aconcete um encontro com o governador Jaques Wagner, na sede da Governadoria. O líder grevista informa que a categoria está aberta para acordo ainda nesta noite.

O governo explica que a CET é uma gratificação que atualmente vigora para oficiais e que os grevistas pedem que se estenda a todos do efetivo policial, informa o diretor de comunicação da PM, Gilson Santiago, que responde pelo governo. "Eles querem também que todo o reajuste que seja concedido aos policiais também seja concedido aos policiais inativos", explica.

Greve de 2012

Marco Prisco foi o líder do movimento grevista de 2012, que durou 12 dias. Ele foi preso depois de um cerco do prédio da Assembleia Legislativa, onde os policiais acamparam, pelas tropas federais. No total, foram 12 mandados de prisão expedidos, motivados por conversas gravadas, reveladas pelo Jornal Nacional, que mostraram acertos para realização de ações de vandalismo em Salvador. No período, o aumento no número de homicídios foi de mais de 100%. Na ocasião, eles pediam o pagamento da Gratificação da Atividade Militar (GAP) 4 e a 5, além da não punição administrativa. Em outubro, Prisco foi o quarto vereador mais votado na capital baiana, eleito pelo PSDB.


Fonte: G1
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