Levantamento do Ministério
do Turismo mede intenção de viagem.
17,7% disseram que irão
viajar sem companhia; há 1 ano, eram 13,1%.
Com o sonho de conhecer
100 países, o engenheiro Gustavo Gamaliel, de 31 anos, já esteve em 36 até
hoje. Desses, ao menos 20 ele conheceu sozinho, e por opção: o mineiro que mora
no Rio prefere viajar sem companhia. “Nem sempre seus amigos, familiares ou sua
namorada têm a mesma disposição, tempo e dinheiro que você. Sozinho é muito
mais simples”, defende.
Segundo uma nova pesquisa
do Ministério do Turismo, cada vez mais brasileiros estão viajando como
Gustavo, sem a companhia de amigos ou parentes. O estudo, feito com 2 mil
pessoas em sete capitais, mostra que 17,7% dos entrevistados que pretendem
viajar nos próximos seis meses irão sem ninguém. Há um ano, em fevereiro de
2013, esse valor era de 13,1%.
O aumento ocorreu em todas
as faixas etárias, mas foi mais acentuado entre aqueles com até 35 anos de
idade, grupo que registrou alta de 10 pontos percentuais. O resultado completo
do levantamento será divulgado na próxima semana. Entre as vantagens de
viajar sem mais ninguém, Gustavo Gamaliel cita a liberdade de fazer o que
quiser. “Escolho o lugar que eu quiser, acordo a hora que eu quiser e visito o
que eu quiser”, diz.
Quando sente falta de
companhia, ele vai para algum bar ou discoteca para conhecer gente. “Não
importa o idioma, você vai conversar. Você fica desesperado para conhecer
alguém, quem senta do seu lado no avião está perdido. Uma vez fui conversando
de Dubai até Pequim com um chinês que falava mal o inglês”, lembra, rindo.
Conhecer gente
A propensão para conhecer
gente nova também é citada pelo analista internacional Matheus Gonzaga Pereira,
de 25 anos, como vantagem de viajar sozinho. “Quando chego no lugar vou
para um hostel [albergue], tomo uma cerveja no balcão e converso com o
bartender e com as pessoas das redondezas. Se está passando algum esporte na TV
eu comento. Fico mais aberto à interação”, afirma.
Solteiro, Matheus vai
passar as férias deste ano no Uruguai, em julho, e diz que outra vantagem será
poder exercitar o espanhol. O engenheiro Vinicius
Fernandes, de 25 anos, também decidiu ir sozinho para uma viagem de carro pelo
litoral do Rio e de São Paulo, em abril. “Prefiro assim. Estou querendo
relaxar, descansar a cabeça. Vou sem muita programação, se eu gostar de um
lugar eu fico mais tempo lá”, conta.
O aumento da intenção de
viajar sem a companhia de parentes ou amigos foi maior entre brasileiros com
até 35 anos de idade. O único ponto negativo,
para ele, é a menor segurança. “Se acontecer algo ruim não terei ninguém por
perto e precisarei contar com a ajuda de um estranho. Pode até ser perigoso, se
furar o pneu durante a viagem”, exemplifica.
Para o consultor
tributário Kelsen Andrade, de 33 anos, que fez sua primeira viagem sem
companhia em novembro do ano passado, para Nva York, o maior incômodo acontecia
na hora de tirar fotos. “Nesses momentos era chato. Ou você tira foto de si
mesmo ou tem que pedir para alguém tirar toda hora”, diz.
No geral, ele diz que
aprovou a experiência. O motivo principal é o mesmo citado pelos demais
entrevistados. “Tinha liberdade para fazer os passeios que quisesse”, diz.
Fonte: G1
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