Ex-ditador foi morto em ataque a comboio na quinta-feira em Sirte.
Vídeos mostraram o coronel sendo maltratado por combatentes
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu nesta sexta-feira (21) que seja realizada uma investigação sobre as circunstâncias da morte do ex-ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, ocorrida na véspera.
"A propósito da morte de Kadhafi ontem, as circunstâncias ainda não são claras. Nós consideramos que é necessária uma investigação", disse o porta-voz do órgão, Rupert Colville.
Ele fez referência aos vídeos que foram mostrados pela imprensa e que mostram Kadhafi sendo maltratado por combatentes leais ao novo governo da Líbia durante o ataque ao comboio de Kadhafi próximo a Sirte, de onde o coronel tentava fugir após a tomada da cidade pelos ex-rebeldes.
"Deveria acontecer uma investigação diante do que vimos ontem", disse. "Os dois vídeos que mostram Kadhafi são muito inquietantes."
Mas Colville não indiciou quem deveria assumir a investigação. Ele apenas recordou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU determinou este ano a criação de uma comissão de especialistas para analisar casos de violência na Líbia.
"A morte de Kadhafi coloca um ponto final a oito meses de extrema violência e de sofrimentos para o povo líbio", disse
"Uma era começa na Líbia, que deve responder às aspirações do povo, em particular em termos de direitos humanos", completou.
O ex-ditador líbio, que estava foragido desde a queda de Trípoli em agosto, foi capturado com vida na quinta-feira perto de sua cidade natal, Sirte (360 km ao leste de Trípoli), quando tentava fugir, e morto a tiros em circunstâncias ainda não esclarecidas. Ele foi o primeiro dirigente árabe a morrer desde o início da Primavera Árabe, uma sequência de revoltas populares contra os regimes autoritários na Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Iêmen e Bahrein.
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