Comunicado final recomenda que países 'se abstenham' de prática.
Desvalorização de moedas está na origem da chamada 'guerra cambial'.
Os líderes do G20 reunidos em Seul, na Coreia do Sul, se comprometeram nesta sexta-feira (12) a evitar desvalorizações competitivas de moedas e a recomendar que os países "se abstenham" de tomar esse tipo de medida, uma das origens da chamada "guerra cambial". A decisão consta do comunicado final da quinta reunião de cúpula do grupo.
Outro ponto acordado foi o fortalecimento da cooperação internacional para reduzir os desequilíbrios globais.
No "Plano de Ação de Seul", incluído no comunicado, o G20 destaca que se movimentará para um "sistema de taxas de câmbio mais determinado pelo mercado".
"As economias avançadas, incluindo aquelas com moedas de reserva, permanecerão vigilantes à volatilidade excessiva e aos movimentos desordenados das taxas de câmbio. Estas ações ajudarão a reduzir o risco de excessiva volatilidade nos fluxos de capital que alguns países emergentes enfrentam", afirma o texto.
Após dois dias de discussões, as 20 maiores economias do planeta alertaram que políticas econômicas não coordenadas podem ter consequências desastrosas para todos. Por este motivo, o G20 se comprometeu a "fortalecer a cooperação multilateral para reduzir os desequilíbrios excessivos na economia mundial".
O grupo de países ricos e emergentes também concordou em aplicar mecanismos para manter os níveis de conta corrente em categorias sustentáveis, de acordo com critérios que serão definidos por grupos de trabalho com apoio técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Bancos
Os líderes adotaram o novo marco regulatório "Basileia III", que exige mais fundos próprios aos bancos considerados importantes para o sistema financeiro mundial, com o objetivo de que resistam de maneira melhor a possíveis futuras crises.
"Aprovamos o acordo alcançado no Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) sobre novas regras de capitais nos bancos e liquidez", afirma o comunicado final do encontro de cúpula do G20.
FMI
Os líderes manifestaram apoio à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que deu a economias como China e Brasil maior peso de decisão no organismo. A diretoria do FMI estabeleceu as mudanças, qualificadas de "históricas" pelo diretor da instituição, Dominique Strauss-Kahn, na reunião da semana passada.
"Esta reforma de resultados ambiciosos é uma etapa importante para um FMI mais legítimo, confiável e eficaz", destacaram os líderes do G20 no comunicado final.
A reforma aprovada no dia 6 de novembro pela diretoria do Fundo faz com que 110 dos 187 países membros do FMI tenham os direito de voto aumentados. Os chefes de Estado e de Governo do G20 encarregaram seus ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais a prosseguirem com a análise da reforma do FMI e do Banco Mundial.
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