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Alguns economistas, no entanto, acreditam em aperto maior.
Dados mostraram que economia está desacelerando.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta quarta-feira (21) a nova taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje em 10,25%. A estimativa predominante hoje no mercado – percebida pelo mercado de juros futuros da BM&F – é de que a taxa será elevada em 0,50 ponto percentual, para 10,75%.
Nos últimos dois dias, os bancos Bradesco, BTG Pactual, UBS e Deutsche Bank também reduziram para 0,50% suas expectativas sobre o próximo aumento da taxa de juros. Essa perspectiva mostra uma importante de cenário da última reunião do Copom, em junho, quando a avaliação era de que o aperto monetário seria mais severo.
A justificativa de quem espera um ritmo menor de aumento dos juros está na interpretação dos dados sobre a economia divulgados recentemente: depois da euforia e alarde com o crescimento de quase 10% no primeiro trimestre do ano, os números deste mês mostram que a atividade está desacelerando e que não seria preciso pisar tanto no freio para controlar a inflação.
Alguns economistas, no entanto, não mudaram suas projeções e seguem apostando em uma alta maior da Selic, que levaria a taxa para 11%.
Caso do economista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, que mantém sua expectativa de uma alta de 0,75%, levando a taxa Selic para 11% ao ano. "A política monetária está mais eficiente, a calibragem dos juros esta mais fina, mais acertada. Mas ainda temos um segundo semestre pela frente. A desaceleração que vimos agora não me parece persistente".
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, segue a mesma linha de raciocínio. "Sem dúvida houve uma confirmação de um ritmo menor da economia, mas o ciclo de aumentos para garantir o cumprimento da meta de inflação de 2011 ainda é necessário. Para a próxima reunião do Copom em setembro, o ritmo de elevação da taxa pode mudar se os indicadores mostrarem que o crescimento está mesmo mais equilibrado".
O economista Jose Roberto Mendonça de Barros acredita que uma boa parte dos agentes de mercado estão "animados demais" com os dados recentes. "O crédito ao consumidor continua a crescer, muitos analistas já diminuíram sua previsão para aumento de juros este ano. É preciso lembrar que a política monetária demora a fazer efeito e nós já temos experiência do que é crescer hoje e parar amanhã".
Segundo Mendonça de Barros, está difícil identificar o que é boa notícia e o que é preocupante para o país, já que muito se fala na sustentabilidade do crescimento. "O consenso é de que o Brasil deve crescer até 7% em 2010. Boa notícia é crescer o máximo possível sem precisar parar lá na frente porque a inflação subiu demais. Com a infraestrutura que temos hoje, política tributaria, baixa taxa de poupança interna, não sustentamos mais de 4,5% de crescimento ao longo dos anos", diz.
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