Cerca de 35 mil pessoas circularam por dia na cidade.
Boa música, muita alegria e movimentação da economia marcaram o evento
Os dias com clima de inverno não intimidaram o grande público que prestigiou o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival 2010, que aconteceu entre os dias 2 e 6 de junho. Muita gente vinda de todo Brasil e até do exterior mudou a “cara” da cidade. Cerca de 35 mil pessoas circularam por dia na cidade. Debaixo de chuva ou em dias ensolarados, o público lotou os quatro palcos, nas 25 apresentações e 18 atrações nacionais e internacionais do Festival.
A Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio, responsável pela organização do Festival, diz que os turistas ocuparam 98% da rede hoteleira da cidade, além dos municípios vizinhos. Houve quem preferiu dividir espaço com moradores nas casas de amigos e parentes.
Além de ser um evento essencialmente turístico, que incrementa a atividade em toda Região, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival aquece a economia da cidade num período de baixa temporada, com a injeção de cerca de R$ 5 milhões.
Os ganhos dos 16 restaurantes que estiveram na área do Camping, palco principal do Festival foram significativos, e os mais de 800 ambulantes cadastrados trabalharam pela cidade e tiveram um bom retorno. Por sorteio, 15 deles tiveram a oportunidade de montar barracas no lado de fora do Camping.
A ambulante Cremecilda Gonçalves, a Tuca, foi uma das contempladas com a barraca. Disse que é o evento em que ela tem o melhor retorno. Vendendo churrasquinho e refrigerantes, a renda da ambulante chegou a R$ 3 mil. "Eu vendo muito mais no Festival de Jazz que em outros eventos da cidade. Chego a ganhar duas vezes mais. Dá pra tirar um dinheirinho bom", diz Tuca, satisfeita.
Mesmo os restaurantes que não estavam no espaço do palco principal lucraram com a movimentação. O proprietário do Restaurante Sansai, em Costazul, Akira Kawashina, contabilizou aumento nas vendas. “Como estou próximo do evento acabo me beneficiando. Este ano resolvi abrir o restaurante para o almoço e com isso aumentei as vendas em 70%”, declarou.
ABERTURA – Pelo quarto ano consecutivo, a Orquestra Kuarup Cordas & Sopros, da Fundação Rio das Ostras de Cultura, abriu o Festival, sob a regência do maestro Nando Carneiro. A novidade da apresentação ficou por conta do repertório bem brasileiro e sons de instrumentos feitos a partir de material reciclado. O maestro trouxe ainda a sonoridade das tradições indígenas.
Em seguida a Brazilian Blues Band misturou blues, rock e soul e contou com a participação especialíssima do gaitista Jefferson Gonçalves. Encerrando a noite de abertura, o guitarrista André Christovam mostrou o mais puro blues.
NOVO PALCO – Diante da grande procura por parte dos artistas brasileiros que estão colocando o pé na estrada, a Prefeitura resolveu abrir um novo palco – a Concha Acústica da Praça São Pedro.
A turista StelaMaris Zimerer veio pela segunda vez, de Vitória, no Espírito Santo, especialmente para o Festival e aprovou o novo palco. “Esse palco é maravilhoso! Eu acho ótimo que o festival seja ampliado. Este ano está ainda mais incrível que na última edição”, disse a turista.
O resultado não podia ser melhor. Os dois shows que aconteceram no Centro da Cidade, no horário alternativo das 11h15, foram sucesso. Junto com o sol, Helinho Cass e Sing Sing Blues fizeram o primeiro show na manhã de sexta-feira, dia 4. Cerca de mil pessoas prestigiaram a apresentação que animou o público. Já no sábado, dia 5, foi a vez do gaitista Ângelo Nani esquentar a manhã fria. E o fez muito bem.
NOITES INCRÍVEIS – Os shows na Cidade do Jazz, em Costazul, refletiram o clima empolgante do Festival. Apresentações que foram do clássico ao progressive agradaram o público variado, de oito a 80 anos.
O carioca Francisco Meireles assistiu ao Festival pela primeira vez e gostou do que viu. “Achei muito bem organizado, a cidade bonita, tudo muito bom”, declarou.
Os destaques das noites da Cidade do Jazz foram o trombonista brasileiro radicado em Paris, Raul de Souza; o encontro dos guitarristas Stanley Jordan e Armandinho Macêdo; a emocionante apresentação do veterano contrabaixista Ron Carter; e o show eletrizante de T.M. Stevens.
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