Estão paralisados os setores de
administração, de finanças e de recursos humanos
Rio - As
universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ, UFRRJ, UFF e Unirio) entraram
parcialmente em greve, nesta segunda-feira (15), por causa da falta de
acordo com o governo sobre as reivindicações pleiteadas pelo Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) em relação a
reajustes salariais. As aulas seguem normalmente em todas elas.
Nas quatro instituições, os
servidores técnicos-administrativos em educação (TAE) aderiram ao movimento. Os
impactos vão da simples emissão de documentos, como diplomas, à organização dos
calendários escolares. Estão paralisados os setores de administração, de
finanças e de recursos humanos.
A Associação de Docentes da UFRJ
(AdUFRJ) resolveu não aderir a greve. Com placar de 546 a 272, a maioria dos
professores considerou precoce o movimento grevista sem que as negociações com
o governo tenham sido esgotadas. A UFF, UFRRJ e Unirio acompanharam o
entendimento.
"O fato de termos rejeitado
a greve em nossa última assembleia não significa que estejamos desmobilizados.
Muito pelo contrário, estamos empenhados em mobilizar nossa categoria e todo o
corpo social da UFRJ em defesa da universidade e de nossos direitos”, disse a
presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, na abertura do Conselho de
Representantes do sindicato, na quinta passada.
A Associação de Docentes da UFF
(AdUFF), mesmo sem ter aprovado o movimento grevista, realizou uma paralisação
de 24 horas que suspendeu as aulas nesta segunda-feira (15).
"A paralisação compõe a
agenda de mobilização do movimento docente da UFF frente ao não avanço nas
negociações junto ao governo federal pelo reajuste salarial, pela
reestruturação da carreira, pela recomposição dos orçamentos das Universidades
e pelo revogaço das medidas antidemocráticas do governo Bolsonaro que impactam
diretamente os serviços públicos e o conjunto de servidore(as)”, diz a nota.
Na pauta nacional unificada, os
docentes pedem reajuste de 22,71%, em três parcelas de 7,06%, a serem pagas em
2024, 2025 e 2026. Também está na pauta a revogação da portaria do Ministério
da Educação 983/20, que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e
controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
De acordo com o Andes, a proposta
apresentada pelo governo federal foi de reajuste salarial zero, com aumentos
apenas no auxílio alimentação, que passaria de R$ 658, para R$ 1000; no valor
da assistência pré-escolar, de R$ 321,00 para R$ 484,90, além de 51% a mais no
valor atual da saúde suplementar.
'Eu amo UFRJ'
Como parte da estratégia de
mobilização da categoria para reajuste salarial dos servidores federais e pela
recomposição do orçamento da UFRJ, a AdUFRJ marcou para sexta-feira (19), às
10h, o ato “Eu amo a UFRJ”.
A manifestação terá como foco a
luta por mais verbas para a universidade, que vem enfrentando sérios problemas
de estrutura em algumas de suas unidades, por melhores salários, condições
dignas de trabalho e mais bolsas. O ato será nas escadarias da sede regional do
Ministério da Fazenda, na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio.
Nesta segunda, os docentes
apresentaram a campanha para o assessor especial do presidente Lula, Celso
Amorim, que ministrou uma aula magna na instituição. Segundo a AdUFRJ, trata-se
da última tentativa de reivindicação junto ao governo para evitar a greve.
A reitoria da UFRJ afirma que não
tem dinheiro para pagar fornecedores, terceirizados e prestadores de serviço.
"As salas de aula, laboratórios e corredores pedem socorro. As instalações
sofrem problemas graves de manutenção, riscos de queda, perigos elétricos e
insegurança. Já houve a paralisação do atendimento dos bandejões e os
alojamentos são insuficientes para o número de alunos", disse.
O Dia
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