Portuguese President Marcelo Rebelo de Sousa delivers his speech during the swearing-in ceremony of the XXIII Constitutional Government of Portugal at Palacio da Ajuda in Lisbon on March 30, 2022. (Photo by PEDRO ROCHA / AFP)
Presidente disse na última semana que país deveria se responsabilizar pelas ex-colônias e escravidão de negros e indígenas
O governo de Portugal quebrou
o silêncio e negou, por meio de um comunicado, qualquer intenção de avançar com um
“processo ou programa de ações específicas” relacionados à reparação das
ex-colônias. O documento foi divulgado no último sábado (27), após nova fala do
presidente do país, Marcelo
Rebelo de Sousa, sobre as ex-colônias. “Não podemos meter isto
debaixo do tapete ou dentro da gaveta. Temos a obrigação de pilotar, de liderar
este processo. Senão vai-nos acontecer o que aconteceu a outros países que,
tendo sido potências coloniais, perderam a capacidade de diálogo e entendimento
com as ex-colônias e estão a ser convidados a sair, a bem ou a mal, dos países
onde ainda têm alguma presença”, afirmou Rebelo, durante cerimônia de
inauguração do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche, ele
ainda disse que é preciso entender e saber quais foram os patrimônios que foram
trazidos das ex-colônias e afirmou que a reparação não tem que ser pagamento de
indenização, necessariamente
Na última semana, Rebelo tinha
falado também sobre a responsabilidade do país pelos crimes coloniais e a
necessidade de reparação, sem necessariamente envolver pagamento de
indenizações. O governo português, entretanto, afirmou que dará continuidade à
atuação dos governos anteriores em matéria de cooperação com esses Estados. O
comunicado do Executivo da Aliança Democrática, do premiê Luís Montenegro,
declara que “se pauta pela mesma linha dos governos anteriores” no que diz
respeito às reparações aos países colonizados e que não há nenhum projeto
relacionado à reparação. No Brasil, o governo pede por “ações concretas”
e partidos de esquerda desejam levar o assunto ao Parlamento.
A nota do governo portugal diz
que sua linha de atuação será sempre de “aprofundamento das relações mútuas,
respeito pela verdade histórica e cooperação cada vez mais intensa e estreita,
assente na reconciliação de povos irmãos”.
Rebelo durante sua fala reiterou
que é preciso saber que patrimônio foi trazido das ex-colônias e esclareceu que
a reparação não tem de passar necessariamente por pagamento de indenizações. O
presidente deu como exemplos reparações feitas no passado, como o perdão da
dívida aos países colonizados e o estatuto de mobilidade aos cidadãos dos
países de língua portuguesa.
Por Jovem Pan
*Reportagem produzida com auxílio
de IA
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