Em meio à fraude na previdência,
Gilberto Waller Júnior também criticou o empréstimo consignado via INSS e
antecipou que, na revisão, será preciso ‘olhar o começo, meio e fim’
No último sábado (10), o
presidente do INSS,
Gilberto Waller Júnior, revelou que o órgão passará por uma revisão nos
processos de concessão de benefícios. Ao jornal Folha de São Paulo, ele
enfatizou a importância de que apenas profissionais técnicos sejam nomeados
para cargos de coordenação, em resposta a um ambiente tenso gerado por fraudes
e escândalos. Waller Júnior destacou a urgência de oferecer uma resposta eficaz
à sociedade diante dessas questões.
Em sua fala, Waller Júnior
criticou a prática do empréstimo consignado por meio do INSS, apontando que os
valores recebidos são insatisfatórios e que as fraudes associadas a essa
modalidade representam um grande desafio.”Para receber R$ 117 milhões por ano e
ter toda hora dizendo que a fraude do consignado é do INSS? É melhor acabar. O
INSS não faz parte dessa cadeia de empréstimo”, declarou o presidente do INSS.
Ele informou que a Justiça está
analisando o bloqueio de R$ 2,5 bilhões em bens de associações que estão
ligadas a fraudes, e que o governo planeja vender esses bens para compensar as
vítimas.
O presidente do INSS também
abordou a necessidade de descentralizar a gestão do órgão, que, segundo ele,
estava excessivamente dependente de decisões ministeriais para as nomeações.
Waller Júnior afirmou que está implementando um processo de saneamento no INSS,
priorizando nomeações baseadas em competência técnica e responsabilizando
aqueles que estiverem envolvidos em fraudes.
“Para receber R$ 117 milhões por
ano e ter toda hora dizendo que a fraude do consignado é do INSS? É melhor
acabar. O INSS não faz parte dessa cadeia de empréstimo”, explicou Gilberto
Waller Júnior.
Reconhecendo que a pandemia
facilitou a ocorrência de fraudes devido à diminuição do controle presencial,
Waller Júnior destacou a necessidade de revisar a fiscalização da folha de
pagamento, que ultrapassa R$ 1 trilhão anualmente. Ele está reavaliando todos
os processos de concessão de benefícios, com o objetivo de desburocratizar e
assegurar que apenas os beneficiários legítimos recebam os auxílios.
Ao ser questionado pela Folha
sobre a ação da Advocacia-Geral da União (AGU) contra 12 entidades apontadas
como o núcleo da fraude, que deixou de fora algumas associações que também são
alvos da investigação, como a Contag, a Conafer e o Sindnapi. O presidente do
INSS informou que isso ocorreu porque, até o momento, não há comprovação
concreta de que essas entidades tenham pago propina ou atuado como organizações
fantasmas.
“Tem responsabilização de pessoas
físicas, dos nossos agentes públicos e dos sócios. Mas as empresas que cometem
corrupção respondem a um processo específico previsto na lei anticorrupção,
quando paga propina ou é fantasma.Todas as 12 pagaram propina ou não tinham
condições nenhuma de funcionar. O único objetivo era fraudar. As outras
empresas que estão no relatório até hoje não tem comprovação. As investigações
persistem. Se uma ou outra aparecer com pagamento de propina, como fantasma,
sem condições de funcionamento, provavelmente —e eu falo provavelmente porque a
CGU avocou para poder melhor apurar— vai abrir processo contra as demais. A
situação é diferente. Irregularidades existem de todas que estão na operação.
Mas o que temos hoje para abrir processo são aquelas que a PF detectou”,
declarou Waller Júnior.
Além disso, o presidente do INSS
mencionou que a fila de concessões está elevada e que um novo programa será
lançado para enfrentar essa situação. Ele ressaltou que o INSS deve atuar como
um guardião contra fraudes, mas também reconheceu que a reputação do órgão está
sendo afetada por sua associação a escândalos recentes.
JP
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