Crise no INSS pressiona governo Lula e põe futuro de Carlos Lupi em xeque | Rio das Ostras Jornal

Crise no INSS pressiona governo Lula e põe futuro de Carlos Lupi em xeque

Carlos Lupi fala à Comissão de Previdência, Assistência Social 
da Câmara sobre as fraudes do INSS. TON MOLINA/FOTOARENA

Oposição e parte da base aliada cobram saída de ministro como forma de não desgastar o presidente; PDT sinaliza desembarque em caso de demissão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma de suas maiores crises com o escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que expôs descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. As irregularidades, que podem ter causado prejuízo de mais de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, colocaram o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), no centro da crise. A operação da Polícia Federal que revelou o esquema levou ao afastamento da cúpula do INSS, incluindo o então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto — indicado por Lupi e demitido por Lula na última semana. Embora os contratos sob suspeita tenham origem ainda no governo anterior, as falhas de fiscalização e a demora na adoção de medidas durante a atual gestão aumentaram a pressão sobre o ministro.

Segundo documentos do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), Lupi foi alertado sobre as irregularidades em junho de 2023. No entanto, as primeiras ações concretas do INSS só ocorreram quase um ano depois, em março de 2024. À imprensa, o ministro tem negado omissão e afirma ter tomado as providências necessárias, inclusive com auditoria interna, demissões e novas normas para os descontos. Mesmo assim, a oposição e parte da base aliada cobram sua saída.

A permanência de Lupi divide o governo. Integrantes do Planalto avaliam que manter o ministro no cargo amplia o desgaste político e prejudica a imagem de Lula, já afetada por índices de impopularidade. Por outro lado, uma eventual demissão pode provocar o rompimento do PDT com a base governista. A sigla, que conta com 17 deputados e três senadores, já sinalizou que deixará a coalizão se perder o controle da pasta da Previdência. Além da pressão interna, Lupi enfrentou nesta terça-feira (30) uma audiência na Comissão de Previdência da Câmara, onde prestou esclarecimentos sobre a crise.

A Controladoria-Geral da União (CGU) suspendeu todos os descontos feitos por associações nos benefícios e prometeu devolver os valores cobrados indevidamente já a partir de maio. O governo tenta agora estancar o dano político e financeiro, enquanto Lula evita se posicionar diretamente sobre o destino de Lupi, repetindo a estratégia de avaliar cenários antes de tomar uma decisão.

Aliados do ministro afirmam que ele está sendo usado como “bode expiatório” e criticam a falta de defesa pública por parte do Planalto. Há receio de que novas revelações da investigação aprofundem a crise e comprometam ainda mais a governabilidade. Para integrantes do PDT, o tratamento dado ao ministro revela desprestígio do partido nas articulações do governo. A crise ocorre às vésperas do 1º de Maio, data sensível para o governo junto às centrais sindicais e aposentados, principais atingidos pelo escândalo. A expectativa agora recai sobre os próximos movimentos de Lula — entre preservar uma aliança política ou tentar conter o desgaste público com uma troca ministerial.

JP

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