China simula ataque a depósito de gás de Taiwan em novo vídeo de ameaça | Rio das Ostras Jornal

China simula ataque a depósito de gás de Taiwan em novo vídeo de ameaça


O governo da China realizou exercícios com fogo real no Estreito de Taiwan, em mais uma tentativa de intimidar a ilha independente que Pequim busca reincorporar ao seu território. Desta vez, os exercícios incluíram um detalhe que revela parte da estratégia chinesa em caso de ofensiva: um bombardeio simulado contra o maior depósito de gás de Taiwan, localizado na costa.

O Comando do Teatro Oriental do Exército Popular de Libertação (EPL) da China divulgou imagens dos exercícios conjuntos realizados de terça a quarta-feira, afirmando ter completado todas as tarefas designadas. Segundo o porta-voz do exército, coronel sênior Shi Yi, os exercícios testaram as capacidades de operações conjuntas integradas das tropas.

O vídeo divulgado pelo EPL mostra suas forças terrestres disparando 16 foguetes de 300 mm em direção a um alvo a 70 quilômetros de distância. Sob o comando unificado do teatro, o grupo de tarefas do porta-aviões Shandong, em coordenação com unidades navais e aéreas, realizou exercícios focados na coordenação navio-avião, tomada de superioridade aérea e ataques a alvos terrestres e marítimos em áreas a leste da ilha de Taiwan.

O objetivo dos exercícios era avaliar as capacidades das tropas em operações integradas dentro e fora da cadeia de ilhas, bloqueio e controle multidimensional e operações conjuntas de múltiplos serviços, disse o porta-voz.

Especialistas militares chineses escolheram um alvo que imita a estratégia da Rússia na invasão da Ucrânia, focando em fontes de geração de energia, embora neguem que se trate de infraestrutura civil. “Se Taiwan perder suas rotas de suprimento marítimo, enfrentará escassez de energia, paralisia econômica e distúrbios generalizados”, afirmou Meng Xiangqing, professor da Universidade de Defesa Nacional do EPL, à CCTV. O pesquisador Fu Zhengnan, da Academia de Ciências Militares do EPL, advertiu que a China poderia atacar “a qualquer momento e de qualquer direção”.

Pequim justificou a seleção do alvo alegando que a infraestrutura energética de Taiwan também é utilizada pelas forças armadas da ilha. “O EPL não ataca infraestrutura civil em geral, mas aquela que também sustenta a operacionalidade militar”, argumentou Song Zhongping, ex-instrutor do exército chinês.

Um esquadrão de bombardeiros H-6K, armados com munição real, voou pelo Canal Bashi em direção a águas abertas e simulou múltiplos ataques conjuntos contra alvos militares importantes em áreas orientais da ilha. Para apoiar os bombardeiros, a força aérea do Comando do Teatro Oriental mobilizou múltiplas ondas de aeronaves de guerra de diferentes tipos no Estreito de Taiwan e a sudoeste da ilha para estabelecer formações de ataque e simular ataques para garantir um corredor de assalto aéreo e estabelecer a superioridade aérea.

“Os voos de longa duração e os confrontos de alta intensidade se tornaram rotineiros para nós. Meus camaradas e eu nos mantemos em constante alerta. Sempre que nosso país nos chama, estamos prontos para decolar e lutar”, declarou Wang Yiduan, piloto da força aérea do Comando do Teatro de Operações Oriental do EPL.

O Comando do Teatro Oriental do EPL realizou na quarta-feira exercícios militares denominados em código “Trovão do Estreito-2025A” nas áreas central e sul do Estreito de Taiwan.

Taiwan depende fortemente de suas importações de energia. Segundo dados do Ministério de Assuntos Econômicos, mais de 96% dos recursos estratégicos da ilha vêm do exterior. O gás natural é particularmente crucial, abastecendo 40% da rede elétrica taiwanesa. Um ataque que afete o terminal de Yongan poderia gerar um desabastecimento imediato, com consequências devastadoras para a economia local.

O jornal China Times de Taiwan revelou que exercícios similares realizados pelo EPL em junho do ano passado já conseguiram impedir, durante três dias, a chegada de navios com GNL ao terminal de Yongan. Isso evidencia a vulnerabilidade do sistema de suprimento da ilha diante de uma eventual operação de bloqueio pela China.

Para contrabalançar esses riscos, Taipei anunciou planos para ampliar suas reservas de GNL, com a construção de três novos terminais em Chiayi e Kaohsiung. No entanto, a situação permanece crítica: as reservas atuais só alcançariam para sete a dez dias de consumo normal. Diante de um eventual bloqueio, a ilha poderia ficar em uma situação desesperadora.

Gazeta Brasil

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