‘O prognóstico é que o paciente estará muito
mais forte, maior, melhor e muito mais resiliente do que nunca’, escreveu Trump
em sua rede social; leia abaixo as reações mundiais ao anúncio do presidente
americano
O presidente americano, Donald Trump, disse
nesta quinta-feira (3) que os Estados Unidos sairão
“mais fortes” da situação criada por seu anúncio de aumento de tarifas em todo
o mundo, o que fez com que as Bolsas de valores globais e o dólar despencassem.
“A operação foi concluída! O paciente sobreviveu e está se recuperando. O
prognóstico é que o paciente estará muito mais forte, maior, melhor e muito
mais resiliente do que nunca”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social,
menos de uma hora antes da abertura de Wall Street.
A porta-voz da Casa Branca,
Karoline Leavitt, também tentou acalmar os mercados nos EUA. “A todos em Wall
Street esta manhã, eu digo: ‘Confiem no presidente Trump'”, disse ela,
afirmando que o presidente republicano está “dobrando a aposta” em sua fórmula
econômica de sucesso. A porta-voz insistiu que, com as novas barreiras
tarifárias, “os Estados Unidos não serão mais enganados por outros países” e
descartou a possibilidade de Trump recuar em suas medidas. “O presidente deixou
claro ontem que isso não é uma negociação”, afirmou.
O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, lançou nesta quarta-feira (2) uma ofensiva comercial
generalizada, com tarifas maciças contra a China e União Europeia e uma taxa
mínima universal de 10%. Essa é, segundo ele, uma “declaração de independência
econômica”, para impulsionar uma “era de ouro” nos Estados Unidos.
“Durante décadas, nosso país foi
saqueado, violado e devastado por nações próximas e distantes, aliadas e
inimigas, por igual”, disse Trump no jardim da Casa Branca, antes de mostrar a
lista dos parceiros comerciais que seriam alvo da sanção. A ofensiva
protecionista consiste em uma tarifa aduaneira mínima de 10% para todas as importações,
e sobretaxas seletivas para certos países considerados particularmente hostis
em termos comerciais.
A conta sai cara para a China –
cujos produtos serão taxados em 34%, que se somarão aos 20% impostos àquele
país em fevereiro – e para a União Europeia, que terá um adicional de 20%. As
taxas serão de 24% para o Japão, 26% para a Índia, 31% para a Suíça e 46% para
o Vietnã.
Diversas economias
latino-americanas estão na lista da Casa Branca: Brasil, Colômbia, Argentina,
Chile, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras e
El Salvador. No entanto, a tarifa aplicada a esses países será a mínima, de
10%. A exceção é a Nicarágua, que será taxada em 18%.
A Casa Branca esclareceu que
alguns bens, como cobre, produtos farmacêuticos, semicondutores, madeira, ouro,
energia e “certos minerais”, não estão sujeitos às tarifas anunciadas nesta
quarta-feira. A tarifa universal de 10% entrará em vigor às 04h01 GMT do
próximo dia 5, e as mais altas em 9 de abril.
Trump tem usado as tarifas, uma
de suas palavras favoritas, como uma arma de política externa desde seu
primeiro mandato, de 2017 a 2021. Ele acredita que elas são a solução para
impulsionar o “renascimento” da indústria manufatureira nacional. “Querem
evitar as tarifas? “Então instalem-se nos Estados Unidos”, respondeu Trump aos
que criticam o impacto dessas medidas nas empresas.
Confira abaixo as reações
mundiais ao anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que vai impor
tarifas maiores à China, Europa e a vários países da América Latina, entre eles
o Brasil:
Brasil
O Congresso aprovou por
unanimidade um projeto que dá ao Executivo ferramentas para responder às
barreiras comerciais de Trump. A Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovada
nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados, após passar pelo Senado no dia
anterior.
“Tomaremos todas as medidas
cabíveis para defender nossas empresas e nossos trabalhadores”, disse o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao afirmar que este “protecionismo não
cabe mais hoje no mundo”.
China
O Ministério do Comércio pediu a
Washington que “cancele imediatamente” as novas medidas, que, afirma, “colocam
em perigo o desenvolvimento econômico mundial”. Também anunciou que adotará
“contramedidas para preservar seus direitos e interesses”.
Um porta-voz diplomático criticou
“o protecionismo e o assédio” dos Estados Unidos e pediu uma solução das
divergências econômicas e comerciais “por meio de consultas justas, respeitosas
e recíprocas”.
México
A presidente mexicana, Claudia
Sheinbaum, descreveu como “bom” para seu país que Trump não tenha aplicado
tarifas recíprocas ao seu parceiro do tratado de livre comércio T-MEC. Isso se
deve à “boa relação” que ela construiu com o atual governo dos Estados Unidos,
segundo a presidente.
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Colômbia
O presidente da Colômbia, Gustavo
Petro, publicou no X que as novas taxas americanas podem ser “um grande erro”.
Seu país sofrerá um aumento tarifário de 10%.
Canadá
“Vamos combater essas tarifas com
contramedidas”, alertou o premier Mark Carney, para quem as taxas americanas
“vão mudar fundamentalmente o sistema de comércio mundial” e afetar
“diretamente milhões de canadenses”.
União Europeia
A presidente da Comissão Europeia,
Ursula von der Leyen, afirmou que as tarifas constituem um “duro golpe à
economia mundial”. Também declarou que o bloco está “preparado para responder”,
embora tenha assegurado que “não é tarde demais” para abrir negociações com
Washington.
Alemanha
O chefe de Governo, Olaf Scholz,
considerou que as decisões de Trump são “fundamentalmente erradas” e
“constituem um ataque contra uma ordem comercial que criou prosperidade em todo
o mundo”. Assim como outros líderes europeus, ele afirmou que o bloco responderá
“de maneira unida, forte e apropriada”.
França
O presidente, Emmanuel Macron,
afirmou que a “decisão brutal” de aumentar as tarifas terá um “impacto enorme”
na economia europeia, mas ao mesmo tempo considerou que os americanos sairão
“mais fracos e mais pobres”.
Reino Unido
Apesar das tarifas de 10% para o
país, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse a empresários do país
que as medidas terão “um impacto econômico, tanto a nível nacional como
mundial”.
Itália
“A introdução, por parte dos
Estados Unidos, de tarifas contra a UE é uma medida que considero ruim e que
não convém a nenhuma partes”, reagiu a primeira-ministra italiana, Giorgia
Meloni. “Farei todo o possível para trabalhar por um acordo com os Estados
Unidos, buscando evitar uma guerra comercial que, inevitavelmente, enfraquecerá
o Ocidente em benefício de outros atores globais”.
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Espanha
O primeiro-ministro Pedro Sánchez
chamou as tarifas de Trump de ataque “unilateral” contra a Europa. A medida
representa um retorno “ao protecionismo do século XIX. Um protecionismo (…) que
não é, na minha opinião, uma maneira inteligente de enfrentar os desafios do
século XXI”, disse.
Polônia
“Amizade significa colaboração.
Colaboração significa real e verdadeiramente tarifas recíprocas”, afirmou o
primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.
Japão
“Transmiti que as medidas
tarifárias unilaterais adotadas pelos Estados Unidos são extremamente
lamentáveis e pedi, novamente, (a Washington) para não aplicá-las ao Japão”,
declarou o ministro japonês do Comércio, Yoji Muto.
Taiwan
O governo taiwanês “considerou
que a decisão (americana) é muito pouco razoável e lamenta profundamente, e
iniciará negociações sérias com os Estados Unidos”, disse a porta-voz do
gabinete, Michelle Lee, ao comentar as tarifas de 32% sobre as exportações da
ilha. A tarifa não inclui os semicondutores, um dos principais produtos
exportados por Taiwan.
Austrália
“Essas tarifas não são
inesperadas, mas, deixem-me ser claro: elas são totalmente injustificadas”,
afirmou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. “Não são ato de um
amigo.”
Tailândia
A primeira-ministra, Paetongtarn
Shinawatra, afirmou que seu governo tem um “plano forte” para responder às
tarifas de 36% impostas por Trump às exportações de seu país.
Com informações da AFP
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