Ilustração
de mulher caminhando junto ao logotipo
da Huawei em
Pequim em 8 de julho de 2018
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A China
convocou o embaixador americano, neste domingo (9), para protestar contra a
prisão da diretora financeira da gigante de telecomunicações Huawei no Canadá e
para solicitar que os Estados Unidos retirem seu pedido de extradição.
A prisão de
Meng Wanzhou, de 46 anos, acusada de fraudes para driblar as sanções americanas
ao Irã, irritou Pequim, ampliando as tensões em meio a uma trégua da guerra
comercial entre China e Estados Unidos.
Meng - filha do
fundador da Huawei, Ren Zhengfei, ex-engenheiro do Exército chinês - está
detida, enquanto espera uma decisão de um tribunal canadense sobre seu pedido
de fiança nesta segunda-feira.
O vice-ministro
chinês das Relações Exteriores, Le Yucheng, convocou o embaixador americano,
Terry Branstad, um dia após ter convocado seu colega canadense, John McCallum,
para expressar o descontentamento da China.
"Le
Yucheng indicou que os Estados Unidos violaram seriamente os direitos legítimos
e os interesses dos cidadãos chineses, e a natureza desta violação é muito
ruim", disse o chanceler em nota.
A China também
pediu aos Estados Unidos que "tomem medidas imediatas para corrigir as
práticas incorretas e revogar o pedido de prisão contra a cidadã chinesa".
O comunicado
alertou que Pequim dará uma "resposta adicional", em conformidade com
as ações americanas.
O porta-voz da
Embaixada dos Estados Unidos em Pequim não foi encontrado para comentar.
Casa Branca:
Trump não sabia
O conselheiro
econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou, neste domingo, que Donald
Trump não estava a par da detenção da diretora financeira da Huawei, quando
jantava com o presidente chinês, Xi Jinping, na semana passada.
"O
presidente não sabia. Ele não sabia e não teve reação depois", quando
soube, reforçou Kudlow, em entrevista ao canal Fox News, rebatendo informações
contraditórias que circularam esta semana.
De início, o
conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, disse à rádio NPR que a Casa
Branca havia sido advertida da detenção, que aconteceu no mesmo dia em que
Trump jantava com Xi.
Depois, um
porta-voz de Bolton contradisse esses comentários, segundo o canal CBS.
Na sexta-feira,
Trump adotou um tom tranquilizador, ao dizer que as conversas comerciais com a
China "vão muito bem". E Kudlow disse "duvidar" de que este
caso tenha um impacto nas negociações comerciais, em uma entrevista à rede
CNBC.
Meng Wanzhou
foi detida em Vancouver, no Canadá. A Justiça americana suspeita de que Meng
tenha mentido para vários bancos sobre a filial da Huawei para poder ter acesso
ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, o que constituiria uma violação das
sanções americanas contra Teerã.
Por Laurent
THOMET
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