O presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, durante reunião
com ministros no Palácio Miraflores, em
Caracas, em 3 de
setembro —
Foto: Miraflores Palace/Handout via Reuters
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Jornal 'The
Washington Post' teve acesso a e-mails governamentais internos que indicam a
inclusão do país de Nicolás Maduro na chamada 'lista do terror'. Fontes ouvidas
pelo jornal não confirmaram se Trump já tomou a decisão.
O governo dos
Estados Unidos está estudando incluir a Venezuela na lista de países
patrocinadores do terrorismo internacional por supostas ligações com
organizações como o Hezbollah e as desmobilizadas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc), segundo publicou na segunda-feira (19) o
jornal "The Washington Post".
A lista, que
por enquanto já integra o Irã, Coreia do Norte, Síria e Sudão, está reservada
aos países que apoiaram "atos de terrorismo internacional em reiteradas
ocasiões" e acarreta sanções severas.
Cuba também fez
parte desta lista -- por supostos elos com as Farc e com o grupo separatista
ETA, que anunciou seu fim este ano -- entre 1982 e 2015, ano no qual o governo
de Barack Obama a retirou, em meio ao processo de aproximação entre os dois
países.
Segundo o
"Post", que cita funcionários sob condição de anonimato e e-mails
governamentais internos, o Departamento de Estado, responsável pela lista, já
perguntou a outras agências do governo a sua opinião sobre a inclusão da
Venezuela.
As fontes
citadas pelo jornal não revelaram se o presidente Donald Trump já tomou a
decisão, que entre outras coisas poderia implicar em um embargo ao petróleo
venezuelano.
Alguns
republicanos, como o influente senador Marco Rubio, acusaram o governo de
Nicolás Maduro de ter nexos com o terrorismo internacional e advogaram pela
inclusão da Venezuela na lista.
No entanto, as
consequências que esta decisão teria para o setor petroleiro fizeram com que
outros republicanos de estados com refinarias como o Texas e a Louisiana
rejeitassem a medida.
Além disso,
especialistas questionam os supostos nexos da Venezuela com organizações
terroristas internacionais.
"Suspeito
que isto (a inclusão na lista) se baseará em rumores e fontes de integridade
questionáveis", afirmou ao "Post" David Smilde, do centro de
estudos Escritório de Washington na América Latina (WOLA).
A designação da
Venezuela como país patrocinador do terrorismo poderia debilitar a legitimidade
internacional da lista, salientaram estes analistas consultados pelo jornal.
Desde a sua
chegada à Casa Branca há quase dois anos, Trump endureceu a estratégia
americana contra a Venezuela, incluindo sanções econômicas ao próprio Maduro, à
sua esposa, Cilia Flores, e à sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, entre
muitos outros funcionários próximos ao presidente.
O presidente
americano também deixou aberta a porta a uma intervenção militar no país
caribenho e, segundo o "Post", funcionários do seu governo se
reuniram em várias ocasiões com militares venezuelanos interessados em promover
um golpe contra Maduro.
Por G1
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