O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, na Região Portuária do Rio, se tornou patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio |
Dia da Consciência Negra é marcado por tombamento do Cais do
Valongo e exposição
A preservação da memória marca o Dia da Consciência Negra celebrado
amanhã (20/11) no Estado do Rio. No início do mês, o governador Luiz Fernando
Pezão assinou o tombamento do Cais do Valongo, patrimônio histórico e cultural
do Estado do Rio, construído no começo do século XIX e porta de entrada no país
para o comércio de escravos. Já a exposição Cartografia da Africanidade
Fluminense, que está aberta ao público na Casa França- Brasil, reúne
aproximadamente 500 itens, que buscam retratar as contribuições dos povos
africanos para a formação do Brasil.
– Com o tombamento do Cais do Valongo, temos instrumentos legais, para
preservar, valorizar e proteger esse monumento de valor incalculável, não só
para o Brasil, mas para toda a humanidade. Já a exposição partiu do
reconhecimento da Unesco, cuja intenção é revelar a contribuição do negro, do
ponto de vista material, que é pouco mostrada, além de apresentar a história do
povo negro para o Rio de Janeiro e para o Brasil – enfatizou o diretor do
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão vinculado à
Secretaria de Cultura, Marcus Monteiro.
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, na Região Portuária do Rio, se
tornou patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro em outubro
de 2017, após lei sancionada pelo governador e publicada no Diário Oficial do
Estado. O tombamento vai facilitar a captação de recursos para a manutenção do
espaço, que também é considerado Patrimônio Mundial, título concedido pela
Unesco em 2017. O circuito histórico reúne, além do Cais do Valongo e da
Imperatriz, a Pedra do Sal, o Jardim Suspenso do Valongo, o Largo do Depósito,
o Cemitério dos Pretos Novos e o Centro Cultural José Bonifácio.
Mostra histórica
Mais de 7 mil pessoas já visitaram a exposição Cartografia da
Africanidade Fluminense, que ficará em cartaz até amanhã. A mostra compreende
lote de 500 raridades, feitas entre os séculos XVI e XIX. Entre elas, estão as
litogravuras de Victor Frond, obras de Debret, cerâmicas e gravuras de
Rugendas. Outros destaques são os equipamentos, objetos de uso pessoal,
ferramentas de trabalho, arte africana antiga, arte sacra, mapas, plantas
cartográficas, além de vasta iconografia.
– São mapas manuscritos, como o morro do Castelo ou da região da
Pequena África no Rio de Janeiro, que hoje é a Região Portuária da cidade. São
objetos excepcionais que só poderão ser vistos na mostra. Chama a atenção a
qualidade de construção dos materiais, que eram feitos pelos próprios escravos,
com conhecimentos que detinham antes de serem escravizados – explicou o diretor
do Inepac.
Centro histórico reúne espaços da herança africana
O Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana
inclui a Região Portuária e os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, na
região central do Rio.
Conhecido como Pequena África, o circuito concentra pontos de
referência para a história da herança africana e merece visitação.
O Cais do Valongo foi encontrado em 2011 após as obras de
revitalização da Zona Portuária. Pesquisadores calculam que, ao longo de 20
anos, o local tenha recebido cerca de 1 milhão de escravos. Em junho de
2017, a Unesco reconheceu o espaço como Patrimônio da Humanidade. Conheça os
principais pontos de visitação.
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