© Gilberto
Amendola / Estadão Partidários de Lula
acompanham
julgamento em acampamento próximo ao TRF-4
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BRASÍLIA -
Deputados do PT que foram a Porto Alegre em janeiro, durante o recesso
parlamentar, para acompanhar o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região tiveram despesas como passagem
aérea, hotel, transporte e alimentação pagas pela Câmara. Levantamento do Estadão/Broadcast mostra
que 12 dos 57 deputados do partido pediram reembolso por despesas que, no
total, somam ao menos R$ 21,6 mil.
Os custos com a
viagem foram pagos com a cota parlamentar a que deputados têm direito
mensalmente para custearem gastos com o mandato. Mais conhecido como “cotão”, o
benefício varia entre R$ 39,5 mil e R$ 44,6 mil, dependendo do Estado do
parlamentar.
A Câmara afirma
que o uso dos recursos para atividades partidárias é permitido pelo regimento
interno. A única proibição é ao uso da cota para fins eleitorais, o que não
seria o caso da viagem a Porto Alegre.
Reunião. No
dia 23 de janeiro, véspera do julgamento que confirmou a condenação de Lula na
Lava Jato, o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), convocou reunião da
bancada em Porto Alegre, para debater as “linhas gerais do plano de ação para o
primeiro semestre”. Houve atos da militância da sigla na capital gaúcha nos
dias que antecederam a sessão do tribunal.
A maioria dos
deputados pediu ressarcimento apenas da passagem aérea, caso de Givaldo Vieira
(ES), João Daniel (SE), Leonardo Monteiro (MG), Vicentinho (SP) e Zé Geraldo
(PA). Houve quem teve só a hospedagem paga, como a deputada Benedita da Silva
(RJ), e os que solicitaram ressarcimento da alimentação, entre eles, os
deputados gaúchos Pepe Vargas e Bohn Gass, que almoçaram por conta da Câmara em
24 de janeiro.
Chocolates. Outros
parlamentares, porém, pediram reembolso de praticamente todas as despesas.
Foram os casos dos deputados Zé Carlos (MA) e Leo de Brito (AC), que tiveram os
custos com passagem, alimentação e transporte pagos pela Câmara entre 22 e 24
de janeiro. Brito, que também teve a hospedagem paga, chegou a pedir reembolso
de compra de R$ 48,36 em loja de chocolates no aeroporto da cidade.
O deputado Zeca
Dirceu (PR), filho do ex-ministro José Dirceu, também foi a Porto Alegre com
todas as despesas custeadas pela Câmara: passagens, alimentação e transporte. A
Casa bancou até Uber que o levou do bairro São José a um restaurante na Rua
Marquês de Pombal, onde chegou, segundo recibo apresentado, às 22h47 de 23 de
janeiro.
Defesas. Os
deputados João Daniel (SE), Benedita da Silva (RJ), Givaldo Vieira (ES), Zé
Geraldo (PA), Pepe Vargas (RS) e Leonardo Monteiro (MG), todos do PT, disseram
que pediram reembolso de seus gastos à Câmara porque estavam cumprindo
atividade parlamentar em Porto Alegre, ao serem convocados para uma reunião da
bancada realizada no dia 23 de janeiro – véspera do julgamento do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no TRF-4.
O deputado Léo
de Brito (AC) admitiu que as atividades em que participou na capital gaúcha
foram de caráter político e afirmou que entende que, ao participar de atos
dessa natureza, está no exercício de seu mandato.
O parlamentar
Bohn Gass (RS) afirmou que estava trabalhando em seu escritório parlamentar em
Porto Alegre no dia do julgamento do ex-presidente Lula. De acordo com Gass,
nessa data, o parlamentar pediu o reembolso de R$ 24 referente ao almoço em um
restaurante localizado a 50 metros de seu escritório e a 1,9 quilômetros da
sede do tribunal.
Já o deputado
Pedro Uczai (SC) informou que pagou todas as despesas da viagem e que o único
pedido de ressarcimento, de um almoço de R$ 39,40 em 24 de janeiro, foi um
engano de seus assessores. Ele enviou comprovante de transferência do valor
para os cofres da Casa.
Os demais
deputados petistas não responderam ao contato do Estado até a
conclusão desta edição. O deputado Zeca Dirceu (PR) e sua assessoria não foram
localizados pela reportagem.
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