© iStock Crime
ocorreu nessa quarta-feira
em Fortaleza
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No dia em que
os policiais militares completaram dez dias aquartelados, sem sair às ruas, o
Rio Grande do Norte viveu uma onda de arrastões, roubos e saques nas suas principais
cidades.
Em Natal, uma
loja de departamentos foi alvo de bandidos que, em arrastão, quebraram vitrines
e roubaram telefones celulares que estavam expostos para venda.
Uma delegacia
da capital também foi alvo de criminosos. Durante a madrugada, bicicletas e
peças de motos que estavam no pátio da delegacia foram roubadas.
As
motocicletas, que haviam sido apreendidas e estavam sob a guarda da polícia,
tiveram seus pneus levados pelos criminosos.
Em Mossoró,
segunda maior cidade do Estado, bandidos arrombaram e saquearam lojas no centro
da cidade. Um carro foi utilizado para forçar o portão de metal de uma loja de
roupas multimarcas, enquanto os assaltantes entraram e roubaram parte da
mercadoria.
Em uma outra
loja, que vende roupas masculinas, a porta de vidro foi arrombada pelos
bandidos, que levaram várias peças de roupas.
"Ainda
estamos contabilizando os prejuízos. Levaram muita coisa", disse à Folha a
gerente da loja, Marta Dias.
Também houve
tentativas de arrombamento de uma loja de telefones celulares e uma
concessionária de veículos.
Em Nísia
Floresta, cidade da região metropolitana de Natal, o prefeito Daniel Marinho
(PSDB) teve seu carro roubado por assaltantes quando chegava a um evento.
Segundo a
Secretaria de Defesa Social, foram registrados 450 roubos do Estado desde o
início da greve, incluindo saques e arrombamentos.
SEM POLÍCIA
Os roubos
aconteceram um dia após policiais aprovarem em assembleia a manutenção da
paralisação. Cerca de 8.000 policiais e 500 bombeiros militares estão sem
trabalhar.
Um grupo de
servidores iniciou um protesto no início da tarde desta quinta-feira (28) em
frente à governadoria. Com auxílio de um carro de som, os servidores gritavam
"eu não sou escravo, pague o meu salário".
Para retomar o
patrulhamento das ruas, os policiais exigem que o governo reequipe os quartéis
com carros e equipamentos de proteção individual como armas, munições e coletes
à prova de bala.
A paralisação
foi iniciada após o governo atrasar os salários de novembro e não pagar o
décimo terceiro salário dos policiais e de demais servidores estaduais.
Até terça-feira
(26), o governo do Estado pagou o mês de novembro apenas para os policiais com
rendimentos de até R$ 3.000, deixando 33% da tropa sem salário.
O governo
potiguar negocia com o governo federal um aporte de R$ 600 milhões para pagar
os salários dos servidores. A operação financeira, contudo, foi vetada pelo
Ministério da Fazenda por recomendação do TCU (Tribunal de Contas de União).
O patrulhamento
das ruas das maiores cidades do Estado está sendo feito por 190 agentes da
Força Nacional.
Nesta
quinta-feira, o Ministério da Justiça anunciou a ida de mais 30 agentes da
Força Nacional para o RN.
Nesta semana,
mesmo com a presença da Força Nacional, a sensação era de insegurança entre
moradores e turistas que visitam a cidade.
A reportagem
percorreu toda a avenida na orla de Ponta Negra, a praia mais movimentada de
Natal, e não havia nenhum policial trabalhando. As vagas de estacionamento de
carros da polícia estavam todas vazias.
O setor de
turismo, uma dos motores econômicos do Estado, teme reflexos na ocupação
hoteleira no verão. Com informações da Folhapress.
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